quinta-feira, 24 de julho de 2014

Last call - http://www.marvaomusic.com/

Hoje chega o maestro, hoje chega a orquestra da Gulbenkian
Esta noite, no castelo, há ensaio geral aberto à população, gratuito
Carros grandes demais para estas ruas tão estreitas tentam fazer chegar todo o material necessário.
Muitos ajudam, muitos ajudam neste sonho.
Hoje os meus filhos vão ver pela primeira vez uma orquestra de música clássica ao vivo. E logo a melhor, e logo com o maestro. Uma antevisão da gala de sábado para a qual temos bilhetes.
À Estalagem chega amanhã um quarteto coreano, de cordas. Que orgulho. Um quarteto para nós é quase casa cheia.
E assim começa um fim de semana em grande.
Que sorte que nós temos.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Snobismo Rural *

Correios, trabalha lá a D. Maria - tempo médio de espera: 0 a 1 pessoas
Caixa Geral de Depósitos, trabalha lá o Sr. Vítor, a D. Isabel e o Sr. Fernando - tempo médio de espera: 0 a 2 pessoas
Registo Civil, trabalha lá a D. Irene e o Sr, Zé Manel - tempo médio de espera: 0 a 1 pessoas
Finanças, trabalha lá o Pedro e o Sr. João - tempo médio de espera: 0 a 2 pessoas
Segurança Social, trabalha lá a D. Beatriz, a Xana e a Ana Pinheiro - tempo médio de espera: 0 a 1 pessoas


Pode-nos faltar muita coisa, acreditem que falta. Mas temos o tempo, e o conhecer as pessoas pelos nomes. É ou não tudo uma questão de perspectiva?



*título espantoso encontrado numa blog recém descoberto chamado Dias de Telha


segunda-feira, 21 de julho de 2014

É tão linda a minha terra


Começar o dia fazendo o check out a um casalinho de espanhóis muito novínhos que vieram só para conhecer o Alentejo
Falar de Estremoz e da Mercearia Gadanha, de Vila Viçosa e da estátua do D. João IV.
Falar de Monsaraz e do Alqueva que se vê tão imenso, de Évora e do Jardim Público
Falar de Cuba e da Taberna do Arrufa, do peixinho que se come em Porto Covo e da Ilha do Pessegueiro
Falar das praias Costa Alentejana, as melhores do mundo, e depois inverter para o interior, para Viana do Alentejo, ou Borba, ou Redondo ou Mértola.
 Há tantas amigos, terras mimosas, brancas, limpas. Há campos imensos outrora amarelos que o Alqueva esverdengou. Falar bem de Serpa Terra forte, porque o Alentejo do sul está tudo ali.
Terra alongada, calor, paixão. Aqui pertencemos.

domingo, 20 de julho de 2014

Quando os dias valem a pena

http://quadripolaridades2.blogspot.pt/2014/07/a-sul.html

A Estalagem e a Mercearia de Marvão foram quadripolarizadas ;)

sábado, 19 de julho de 2014

O poder da mini meia

Dia cinzento com chuva e vento e frio
Comento com o merceeiro pelo chat do facebook : hoje não se vai vender nada
Depois chega uma excursão de donas de casa espanholas
Vieram ao engano, coitadas, disseram-lhes que por cá era Verão
Os paraguas foram todos, e a seguir uma caixa completa de mini meias
Meias de mousse parece-me hoje mais doce do que mousse de chocolate.
São dias

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Despedindo-me da mercearia das manas Sobreiro


Não me pude despedir. Os filhos e o trabalho, o só ter sabido dois dias depois. Despeço-me aqui, despeço-me assim, com gratidão pelo que me ensinaram.
Conheci estas manas na volta da Biblioteca Itinerante. Era a primeira paragem da manhã, na Beirã, e com certeza das mais doces. Não tiravam livros, a cunhada D. Alzira sim, elas não, mas davam-me conversa.
Perguntavam sobre os meus meninos, os meu trabalho. Perguntavam sobre o Pedro e a Cristina, meus amigos. Interessavam-se, acarinhavam-me, naquele início de manhã de cada sábado, à porta da sua linda mercearia.
A mercearia delas é a mais bonita de Marvão. Não é a minha, que eu digo muitas vezes ser a mais bonita. É a delas.
Antiga, com um móvel a preceito, com uma parede cheia de cestos, uma pintura estranha na parede, cheia de histórias de quem viu a Beirã no seu auge e no seu declínio. Está dividida, entre a parte da loja e a da taberna. Com uma grande porta para a rua, num prédio antigo, linda de verdade.
Como explicar que um sítio já quase vazio, onde já quase não se vendia, pudesse estar tão cheio de alma, tão cheio de carinho por toda a gente que ali se chegava.
A Dona Maria, uma das manas Sobreiro já cá não está. Fica a mana Cali, na foto com a minha Isabelinha, também já meio ausente pela doença.
Fica a memória de um sítio bonito onde sempre fui recebida com um sorriso, as memórias das festas de anos na casa do Pedro e da Cris, onde sempre me perguntavam pelo meu negócio, genuinamente contentes por eu estar "a ter sorte".
Um dia queremos lá ir, dizia a Dona Maria.
Quando a vida nos obriga a começar de novo, a dar a volta por cima, a escolher novos caminhos, como me aconteceu a mim há três aos atrás, é preciso sorte para nos cruzarmos com bons exemplos, inspirações genuínas, para aprendermos com quem sabe mais que nós.
É isso que eu me sinto neste post de despedida, reconhecida pelo que as manas Sobreiro me ensinaram.
Para ser uma boa merceeira, o mais importante é receber bem, quem entra à nossa porta.