segunda-feira, 28 de abril de 2014

Educação concelhia

É algo que já vem de trás. Muito de trás.
O agrupamento de Escolas foi o primeiro passo e a junção de turmas numa só escola é o passo a seguir.
E bairrismos à parte, é o natural. Porque as crianças vão sendo cada vez menos e contra isso nada há a fazer.
Quando na semana passada fui buscar as notas da minha filha reparei nas pautas: na Escola de Sto António há turmas de terceiro ciclo com 6 alunos! E o segundo ciclo pouco diferente está.
E no primeiro há duas turmas que agregam dois anos cada uma.
E assim vamos.
No próximo ano letivo, no Agrupamento de Escolas de Marvão, ocorrerá a transferência da turma do 7º ano de escolaridade, de Santo António das Areias para a Portagem.
Quando a minha filha mais velha entrou na creche, eu em conjunto com outros pais formalizámos a Associação de Pais do Centro Infantil de Santo António das Areias. Depois, e como interessava trabalhar em conjunto e falar a uma só voz, foi criada a Associação de Pais e Encarregados de Educação do Concelho de Marvão (que agrega representantes dos pais das duas escolas e do centro infantil)
O facto de trabalhar voluntariamente para a Associação de Pais coincide quase com a minha estreia como mãe. Já lá vão quase 7 anos, portanto.
E nesses sete anos já assisti a muita reunião de pais, nas escolas, muitos Conselhos Municipais de Educação. E em MUITOS, MUITOS deles se falava na oportunidade de se aproveitaram os fundos da U.E. para se fazerem obras na Escola da Ammaia, e assim receber muito mais condignamente os alunos que mais tarde ou mais cedo viriam de Santo António. Porque toda a gente sabia, que eles acabariam por vir.
Falava-se de um pavilhão desportivo, uma biblioteca escolar, um laboratório, um novo conjunto de salas de aulas.
Falou-se, falou-se, falou-se, durante anos, e nada se fez.
Com medo de tomar a decisão, com medo das eleições, com medo de parecer mal aos do lado norte do concelho.
E agora os alunos vão começar a ser transferidos.
E não há pavilhão, biblioteca, laboratório, ou novas salas de aula.
E nas reuniões, decerto, vão continuar a discutir a reabilitação dos espaços escolares, a dizer que do Ministério é que têm que vir as decisões, o dinheiro, a acção portanto.
E nas escolas, entretanto, vão diminuindo o número de alunos...

sábado, 12 de abril de 2014

Participar, trabalhar, ajudar

Ando a pensar nisto desde dia 10. Na facilidade com que apontamos os erros dos outros e ainda assim não nos disponibilizamos a fazer diferente, a tentar fazer melhor.
Ainda é a respeito da carta aberta ao Maestro Poppen sim, mas esta não é uma acusação aos signatários da mesma, apenas, é uma mea culpa, de quem também partilha imensa campanha no facebook, critica aqui e ali os políticos e as instituições mas faz pouco.
Eu faço pouco. Eu podia fazer mais.

Continuo a discordar com cada frase da carta aberta, uma carta em que se usa pelo menos 6 vezes a palavra ofensa, não pode ser considerada uma carta simpática . Esta carta é dirigida a pessoas que voluntariamente e gratuitamente estão a preparar o Festival de Música de Marvão, o que ainda torna essa agressividade mais grave (na minha opinião)
Falei com o Maestro Poppen, que me escreveu e também com o Pete Thomas, autor do cartaz, e tirei as minhas conclusões sobre o assunto. Mas adiante, o que eu quero dizer é que apesar dessa carta aberta não ter uma única palavra positiva ou de incentivo pode na verdade constituir um motivo de melhoria, de ajuda a ultrapassar as dificuldades e a encontrar novas e mais eficazes formas de comunicarmos todos.
É um motivo para todos ajudarmos na realização do Festival de Música de Marvão. Assim, tornar-se-á numa coisa boa, se todos quisermos.

E por isso decidi escrever este post. Para dizer que eu tenho desculpas para não ajudar. Tenho dois negócios próprios, uma casa cheia para cuidar, tenho três filhos pequenos, dois deles bebés e um deles com uma saúde frágil. Estas são as minhas desculpas. Todos temos desculpas.Mas não as vou usar.
Em vez disso, vou tornar-me bronze sponsor através da Inn Marvão dando 150 euros para a organização. Vou dar 50 euros pessoalmente.
Vou oferecer um quarto para acomodar um músico durante os três dias do festival
Vou divulgar o festival através da página da Mercearia que já tem mais de 6000 likes. Vou, se for possível, tentar vender bilhetes aos meus clientes e amigos. E vou lá estar, emocionada e grata, naquelas noites de Verão.
Podia ser mais, pode sempre ser mais, mas é o meu começo.

E agora vem o desafio.
Sei que a Joana Gomes tem participado activamente na parte burocrática e contabilistica do Festival, sei que ela faz o melhor que sabe e pode porque ela é a melhor contabilista do mundo (é a minha, eh eh eh).
Sei que a Felicidade Tavares tem participado activamente com o seu imenso now how e experiência na organização de eventos culturais e através dos recursos do Município e concretamente do Posto de Turismo.
Sei do trabalho incansável e meritório do Pete Thomas (QUE NÃO PODEMOS PERDER) e da colaboração do Tiago Pereira, do João Aleixo, do Pedro Barros, do Humberto Ramos.
Não sei de mais, perdoem se me estou a esquecer de algúem. Não é por mal.

Mas pode haver mais, tem que haver mais, para que resulte, para que aconteça.
Então faço o desafio. Ao Nuno Frade, ao Sérgio Batista, à Tânia Gaio, ao Nuno Machado, à Isabel Bucho, À Paula Cristina Costa, ao Márcio Leiria que comentaram o assunto no facebook.
O que vai ser o vosso contributo? Vamos lá!

Então faço o desafio. À Luísa Assis, ao Miguel Teotónio Pereira, à Vera Assis Fernandes, ao Fernando Gomes e ao Kim Zé. Pessoas que respeito apesar das nossas diferenças. Sei o que valem e o que podem fazer. Que assinaram a carta e a defenderam e divulgaram. Não conheço mais pessoas, lamento, mas este desafio também é para elas. O que é já estão a fazer pelo Festival? O que é que podem fazer mais? Vamos lá!

Na passada quarta feira,quando conversei com o Maestro ele disse-me:
"Please help me to keep up the positive and optimistic view which we need to reach our goal!"
É isto que eu estou a tentar fazer, é este o desafio que estou a lançar, aos marvanenses e aos não marvanenses. A todos, apesar das diferenças. Com sinceridade e verdade. É isto.
Vamos lá! 

UPDATES DOS ESFORÇOS JÁ REUNIDOS!

Mercearia/Estalagem de Marvão - ver texto acima
Restaurante Serrinha - Refeição para dois músicos do festival, durante esse fds
Restaurante do Hotel El Rei D. Manuel - Refeição para dois músicos do festival, durante esse fds
Quinta do Maral - Divulgação, oferta de transporte para logística
Joaquim Silva - contactou particularmente a organização oferecendo a sua ajuda 
Sever Empreendimentos Turísticos - Uma estadia de uma noite para 2 pax, 2 refeições no Restaurante Sever, 2 refeições no Restaurante Churrasqueira do Sever 
Restaurante O Tachinho - tabuleiro de boleimas para os coffee break de um dos dias do festival, 4 refeições no Restaurante o Tachinho
Trainspot GuestHouse - quarto duplo com casa de banho partilhada para duas noites com pequeno almoço incluido

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Best sellers da época


 As melhores amêndoas do Mundo!
Amêndoa Regional de Portalegre!
Vendemos em saquinhos de 250 gr, aqui na Mercearia de Marvão. Podemos enviar por correio  (mercearia@innmarvao.com)

De açucar e chocolate!



Recebemos encomendas de Bolos Fintos, Ninhos de Páscoa, Lagartos e Coelhos.
Tudo para uma Páscoa docinha e tradicional.
Chegam fresquinhos à Mercearia na próxima quinta feira dia 17.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Por vezes o melhor comentário é não comentar...

Mas eu,  assumida portuguesinha labrega que não usa regularmente citações de poetas e escritores para enriquecer a minha prosa, antes escreve como sabe e aprendeu, tenho um sangue que ferve e uma cabecinha que pensa e causa-me cá espécie que numa comunidade tão pequena como a nossa, uma comunidade em que todos nos conhecemos, sejam necessárias cartas para comunicarmos.
Mas se de cartas abertas falamos então vá vai a minha epístola, que eu não gosto de ficar para trás.

Na podridão cultural em que está Marvão, terra em que não há biblioteca, não há teatro, não há cinema, não há ballet, não há jornais e só muito de quando em vez há um concerto digno desse nome, o maestro Poppen chegou e sonhou um festival. Um festival de música clássica, com a orquestra da Gulbenkian imagine-se, para tocar no verão no recinto do Castelo.
Um sonho. Um sonho lindo.

O que o maestro não contou foi com os portugueses.
Os portugueses que acham que têm que ser consultados para que alguma coisa de realize
Os portugueses que acham que o inglês não serve como língua universal
Os portugueses que se ofendem. Muito!
E que acham que a melhor maneira de defender as pedras é atira-las aos outros!

Somos tão pequenos, tão minúsculos no pensar...
Não merecemos Maestros com festivais de música clássica. Porque só nos concentramos nos conflitos, nas guerrinhas de quintal, na língua em que está o cartaz e em ofensas autoinfligidas.
E não nos sonhos lindos que outros ousam partilhar connosco

Respeitosamente,
Marvão, 10 de Abril de 2014


Catarina Machado 
(orgulhosamente bronze sponsor do Festival Internacional de Música de Marvão através do seu micro negócio) 

Outras opiniões: http://pedradasnocharco.blogspot.pt/2014/04/cantas-bem-mas-nao-me-alegras.html