sexta-feira, 29 de março de 2013

Um castelo concessionado


A Câmara Municipal de Marvão demitiu-se ontem das suas responsabilidades relativamente ao seu maior monumento.
Colocando a questão assim parece irreal, verdade? Mas não é.
Demitiu-se mesmo, limpou daí as mãos. A responsabilidade da gestão do Castelo de Marvão passou a estar concessionada ao Centro Cultural da mesma vila.

Vou então explicar tudo de forma resumida: A Câmara de Marvão abriu um concurso para todas as Associações do Concelho, interessadas na exploração comercial e cultural do seu Castelo.
Através da cobrança de um bilhete de entrada, essa Associação teria que fazer a  gestão do espaço, mas mais variadas vertentes.
Concorreram duas associações: A Terras de Marvão (que por sua vez, toda a gente sabe que é encabeçada por membros do partido no poder e cujas acções já foram amplamente debatidas, por exemplo, no Fórum Marvão) e o Centro Cultural de Marvão.

O Centro Cultural, composto por marvanenses aguerridos e acérrimos defensores do património da sede do concelho, não quis deixar que o ex libris passasse a andar ao desgoverno dos interesses pessoais de alguns, e foi à luta. E ganhou com a melhor proposta.

Para tornar possível a gestão do Castelo, principalmente em termos financeiros, o Centro Cultural, por sua vez, abriu concurso para empresas potencialmente interessadas em fazer exploração de um dos quatro espaços comerciais disponíveis no recinto do Castelo.
Eu concorri, e ganhei o espaço que pretendia.

Ontem, apesar de não concordar de forma alguma como toda este "passar de testemunho" oriundo do Município, eu escolhi fazer parte não do problema, mas sim da solução.
Apresentei as ideias que tenho para o espaço (que tem data prevista de abertura para Maio) e no mesmo dia, submeti candidatura ao Programa Valorizar, que apoia este tipo de iniciativas dos micro-negócios.

O Castelo de Marvão tem agora entrada paga. Se é uma boa ideia? É discutível, cada um que diga o que acha! A decisão, essa, foi tomada pela Câmara Municipal.
Mas espera, dar a cara por essa decisão é que não apetece, é chato, tem encargos e chatices. Então que se faz? Fazemos uma concessão....é como dizer:
"Agora desenrasquem-se!!!!" ou "Tomem lá o menino, cuidem dele"

E é assim que vai ser, como curiosamente sempre foi desde sempre e com os mais variados exemplos da história.
O seu a seu dono. O Castelo de Marvão aos marvanenses que dele têm orgulho.Os que dão a cara, o tempo, o empenho e o trabalho.
Com tudo o que isso significa de bom e de mau*
Os outros, estão de passagem!!!!

*não estou a falar de marvanenses e não marvanenses de nascimento (isso também eu não sou)
Quero falar nos que realmente gostam de marvão, distanciando-os dos que se servem de Marvão

sábado, 16 de março de 2013

A vida por trás de um balcão

Uma Mercearia é um espaço onde se conversa, onde se trocam ideias, onde se desabafa. É assim tradicionalmente, é assim na vida das terras pequenas.
No início da semana,  uma pessoa que conheço bem foi terrivelmente maldosa ao falar de outra, que também conheço bem e obviamente não estava presente.
E deixou-me a pensar, nisto da natureza humana...haverá pessoas de mau fundo, maldosas? Eu acho que a vida só nos ensina que sim, que as há.
 É obvio que eu também já fui má muitas vezes, por palavras ou acções, mas ainda assim, acho que consigo encontrar uma justificação, uma razão para tal.
Onde fica nesse caso a consciência? Os valores? A educação?
Agora, e quando é sem sentido? Quando mal se conhece o outro e se fazem acusações graves e sem razão de ser?
Numa mercearia há um balcão que nos separa, há o dever de ouvir e por vezes calar,  há o dever de não intervir. Mesmo que custe.
E a prova que custa é que passados vários dias, ainda estou a pensar nisso....

terça-feira, 12 de março de 2013

Mel da Serra de Marvão. Mais um produto da Mercearia!


Mais um produto da Mercearia!
O mel da Serra de Marvão
Variedade multi flora em frasco de 250 gramas!

(agradeço aos do costume, HSF, João Bucho e ao produtor José Garção)


segunda-feira, 11 de março de 2013

Vitória em tribunal!


No final de Agosto de 2011 terminou o meu contrato na Câmara Municipal de Marvão. Foram 9 anos (contando com o estágio profissional) de contratos a prazo. Esse final de ciclo coincidiu com uma licença de maternidade e em termos pessoais, como imaginam, não foi um período nada fácil.

Numa terra com poucas oportunidades como Marvão, sabia à partida que estava condenada a nunca mais exercer a minha profissão, mas em família, hierarquizámos prioridades e decidimos ficar, criando um negócio próprio.

Foi assim que surgiu a Mercearia de Marvão, em Novembro de 2011 e todos os projectos que a ela se ligam.

Agora imaginem, duas crianças pequenas, duas casas para pagar e um negócio emergente.  Eram dois bons salários estatais e de repente veio o desemprego e a necessidade de dar a volta por cima. Para além da banca, recorremos ao incentivo do IEFP que contemplava a possibilidade de receber o subsídio de desemprego todo de uma vez, desde que investido na criação do posto de trabalho.

No meio de todo este redemoinho de emoções, readaptações e novas realidades, eu sabia que a lei me conferia um direito: a compensação pela caducidade de contrato, prevista nos
artigos 252°, n° 3 e 253°, n° 4 do RCTFP (entretanto alterado, penso eu) que se “verifica sempre que a caducidade do contrato a termo não decorra da vontade do trabalhador e este não obtenha uma nova colocação que lhe assegure a manutenção de uma relação jurídica de
emprego público.”

Como é natural, solicitei o pagamento do montante previsto na lei à minha antiga entidade patronal.
Que se recusou a pagar. E não só se recusou a pagar como nunca me esclareceu devidamente, seja pessoalmente ou por escrito, as razões desta recusa. Lembro-me por exemplo das palavras de um chefe de divisão  : “Ah, há um parecer de outra câmara, que diz que o que está na lei não é bem assim e então o Sr. Presidente decidiu não pagar”

Fantástico, não é? Eu até consegui um parecer do Provedor de Justiça, mas mesmo assim, se recusaram a pagar.

E então eu fui falar com um advogado, e certa da minha razão e esgotadas todas as possibilidades de diálogo, avancei com um processo em tribunal.

Em Janeiro de 2013, passados portanto cerca de um ano e meio, veio a decisão. A meu favor.

Em Fevereiro o processo transitou em julgado e veio a sentença definitiva. E a Câmara Municipal de Marvão pagou-me.

Para mim, naturalmente foi uma imensa vitória. Uma vitória que tardou no tempo, envolveu custas processuais e os honorários ao advogado. E mais do que isso, envolveu um desgaste pessoal muito grande e nenhum dinheiro no mundo pagará.

Se a história acaba aqui? Não! Ainda está a decorrer um outro processo relativo a um concurso público que eu ganhei e o Sr. Presidente da Câmara anulou. A ver vamos. É uma outra história…

O meu conselho vai para todos os que se vejam na mesma situação: Nunca abdiquem dos vossos direitos!

A justiça pode tardar mas acaba por cumprir-se. A dos homens, falo na justiça  dos homens, porque ainda há outra…aquela que diz que o mal que fazemos aos outros regressa em dobro…

quinta-feira, 7 de março de 2013

Amêndoa Regional de Portalegre

 
As melhores amêndoas do Mundo!
Amêndoa Regional de Portalegre!
Vendemos em saquinhos de 250 gr, aqui na Mercearia de Marvão. Podemos enviar por correio durante todo o mês de Março (mercearia@innmarvao.com)
De açucar e chocolate!
Já temos para vender!
 
 
 Família Vintém! os mestres das Amêndoas de Portalegre


Trabalham no mês anterior à Páscoa. Rodam rodam rodam muito açucar e muita amêndoa.
A sala é quentinha e cheira tão bem! Assim se fazem as Amêndoas de Portalegre