terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Todos somos um estagiário

Ela esteve ainda agora aqui na Mercearia a comprar dois sacos de maças. Educada e simpática, fez-me lembrar um episódio que se passou há vários meses atrás noutro contexto.
Eu estava a receber uma encomenda, a arrumar produtos e a marcar preços mas interrompi o que estava a fazer para enviar ao Presidente da Câmara Municipal de Marvão um email a contar este mesmo episódio.
Por mais que ainda doam determinadas situações (porque vão doer sempre, para sempre) há que reconhecer o profissionalismo, há que reconhecer e agradecer, quando é devido.
Porque eu sei, porque eu adivinho, o que lhe vão fazer quando o estágio acabar (não sei se é estágio nem interessa, é seguramente uma situação precária de emprego).
Porque eu sei, porque eu adivinho, o que lhe vai custar abandonar o espaço onde cresceu profissionalmente, as promessas não cumpridas, as palmadinhas nas costas, o cinismo. 
Por isso o email seguiu. Porque ela merece.
 


Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Marvão

Embora estes factos reportem já ao ano transacto, não quis deixar de registar o meu apreço pela acção de uma funcionária da Câmara Velha - Casa da Cultura de Marvão.
Comunico-lhe então que acompanhei há vários meses atrás um grupo na sua visita à Vila de Marvão. Estava previsto, no âmbito deste passeio, a visita à Câmara Velha para visionamento do dvd promocional Marvão - Fortaleza Aberta.
O horário da visita, que decorreu em fim-de-semana, foi comunicado e acordado com a funcionária em questão. No entanto, como normalmente acontece com grupos grandes, houve um atraso que punha em causa esta iniciativa. Pela proximidade, dirigi-me à Casa da Cultura para desmarcar a visita, uma vez que ultrapassaria seguramente o horário de funcionamento do espaço.
Prontificou-se a funcionária em questão a aguardar o grupo, proporcionando assim que a visita se mantivesse como previsto.
O grupo chegou então e a visita decorreu dentro da normalidade, tendo sido expressos no final vários agradecimentos face ao modo como foram recebidos na vila.
Porque estes agradecimentos do grupo reportam não só ao meu trabalho bem como ao trabalho desta funcionária, resolvi comunicar-lhe este episódio, agradecendo também o profissionalismo com que fomos recebidos pela Sofia Nunes
Assim saiba, também o Município, reconhecer o mérito destas pequenas acções.

Com os melhores cumprimentos

Catarina Machado
Inn Marvão

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Das coisas bonitas e positivas

Festival Andanças (Oficial), que veio dar uma nova vida à zona da Barragem da Póvoa e Meadas, mostra uma clara preocupação em adaptar-se aos costumes locais, construindo as suas primeiras "estruturas fixas" de forma semelhante às choças, tradicionais na região.
Claro que não são exactamente iguais (até porque o fim também é diferente, as choças eram maioritariamente para guardar animais e instrumentos agrícolas) mas o cuidado está lá, e isso é muito positivo registar smile emoticon
Go Andanças Go!

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Ai Alentejo, Alentejo

Tanta coisa em comum: a falta de ligação à Internet de qualidade, a falta de rede de telemóvel, a falta de transportes públicos, o reduzido número de crianças em idade escolar...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Acknowledgments

A Mercearia estaria aberta há pouco tempo. Tenho ideia que sim
E por isso esta história começa há três anos atrás.
Veio ter aqui comigo.
Apresentou-se, disse que era investigadora, norte-americana, que estava a preparar uma tese sobre os conflitos na fronteira Hispano-Portuguesa. Que queria consultar os arquivos de Marvão, mas que ninguém a conseguia ajudar
(curioso, não é, mandarem os investigadores vir ter comigo à Mercearia)
Disse-lhe que tinha pena, mas que já não estava a realizar esse trabalho. Disse até, que me custava essa proximidade paredes meias, com o serviço que ajudei a montar e que me foi retirado.
Ficámos a conversar, contou-me a história dela, contei-lhe a minha.
E acabei por ir lá, pegar no inventário, ajuda-la, orientar o tipo de documentos que lhe poderiam ser úteis.
Trocámos contactos e nesse verão seguinte ainda voltou, com a família, para confirmar uma ou outra referência, para passear.
Ontem chegou no correio um pacote para mim. Pesado. Quando abri não reconheci.
Era o livro dela. O resultado da sua investigação. Fronteirs of Possession,
Da Professora Tamar Herzog que é "SÓ", professora na Universidade de Harvard...
Mandei-lhe um email. Agradeci-lhe o gesto.
Respondeu-me, "Catarina, o gesto foi seu"

Há momento que, não alterando a realidade das coisas, muito consolam...





ta há pouco tempo. Tenho essa ideia