terça-feira, 17 de dezembro de 2013

As grávidas despedidas

Para todas as mulheres que como eu, foram despedidas grávidas, para todas as mulheres que têm filhos, trabalham e são donas de casa. Para todas as mulheres ponto.
Um bom dia!

"uma mulher com vários filhos é provavelmente o melhor trabalhador do mundo. Educar várias crianças ao mesmo tempo cria um cérebro flexível, rápido, eficiente e maduro emocionalmente. Escrevi há pouco que "Úrsula tem sucesso apesar dos filhos". É uma imprecisão. Esta mulher tem sucesso porque tem filhos"


As grávidas despedidas e a Merkel com sete filhos

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

"Ser um empreendedor é executar os sonhos, mesmo que haja riscos. É enfrentar os problemas, mesmo não tendo forças. É caminhar por lugares desconhecidos, mesmo sem bússola. É tomar atitudes que ninguém tomou. É ter consciência de que quem vence sem obstáculos triunfa sem glória. É não esperar uma herança, mas construir uma história...
Quantos projetos você deixou para trás?
Quantas vezes seus temores bloquearam seus sonhos?
Ser um empreendedor não é esperar a felicidade acontecer, mas conquistá-la."
Augusto Cury

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A máquina de furos da Regina

 
Há vários meses atrás, apercebi-me através do facebook que a Regina iria reeditar a sua famosa máquina de furos e iria distribuí-la por "lojas especiais" por todo o país.
Imediatamente escrevi um email para a Regina e prontamente me ligaram de volta fazendo uma conversa que parte me desiludiu: Só tinham uma edição especial de 30 caixas em Madeira que iriam para lojas selecionadas como a Vida Portuguesa da Catarina Portas ou a Favorita do Bolhão no Porto.
Contestei falando no meu projecto e que faria sentido também distribuir algumas pelo interior do país...percebi que era em vão e fiquei com a promessa que na próxima edição, já em caixas de cartão, talvez fosse possível receber.
Lembrei-me desta situação porque esta manhã li um post da lindíssima e antiquíssima Loja do Sr. Falcão, em Miranda do Corvo, cujos simpáticos donos já passaram minha humilde Mercearia.
Na loja do Sr. Falcão, FUNDADA EM 1878, SENHORES, obtiveram a mesma resposta do que eu da Regina. Pois é, porque está em Miranda do Corvo...
Lojas como a Vida Portuguesa ou a Favorita do Bolhão eu acho lindas e muito meritórias, mas há muitas mais espalhadas pelo país. Aqui como em tudo é uma questão de escala, não lhes interessa só a loja em si  e o que ela significa mas também o sítio em que está implantada por em teoria dar mais visibilidade ao produto, é injusto mas é mais da mesma história de sempre dos grandes e pequenos centros.
Na interioridade, perdemos muito...na interioridade andamos SEMPRE, a lutar...
Como escrevi acima, disseram-me ainda por telefone, que num futuro próximo fariam máquinas de furo, mas de cartão...vamos a ver se nos calha alguma dessas mais fraquitas então...e se calhar ainda temos que lhes agradecer o favor...

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Uma questão de educação...

Uma das áreas em que eu senti sempre com mais intensidade o preço a pagar pela interioridade foi a educação.
No presente ano assistimos a algo que parecia estar em retrocesso mas que agora volta a ser uma realidade banal: a junção de vários anos de escolaridade na mesma sala, com o mesmo professor.
Porque são os números que contam, não o processo educativo ou a aprendizagem das crianças. Juntam-se crianças para poupar nas turmas, por consequência nos salários a pagar aos professores.
Por todo o lado é assim, claro que nas terras onde as crianças vão escasseando cada vez mais o problema é muito mais agudo.

Hoje foi o dia de deixar a minha filha mais velha na "escolinha dos grandes" pela primeira vez.
Um dia feliz, um dia de conquista e mentalização que o tempo passa depressa e ela já é uma menina crescida, mas ainda assim, a minha menina, o meu primeiro bebé.
Ficou na escola que já conhecia, com uma professora que eu muito estimo. Parecia tudo perfeito, não é?
Longe disso.
No primeiro ciclo da escola da minha filha só há duas turmas. A que junta o primeiro e quarto ano e a que junta o segundo e terceiro ano. Assim mesmo. Se faz sentido? Obviamente que não. Alunos que entram na escola pela primeira vez juntos com alunos que no final do ano lectivo farão exames nacionais...mas lá está, as crianças não interessam aqui, interessam os números.
Um desafio imenso de desmultiplicação para a professore, uma profissional empenhada, que sei que é, mas não faz milagres ainda...Até porque aos professores hoje em dia já só falta exigirem isso mesmo, milagres...

O absurdo na escola sede do agrupamento ainda é maior. Com três turmas de primeiro ciclo  mas novamente pelos números, divide-se os poucos alunos do primeiro ano para os juntar ao 2ª e 3ª ano respectivamente...Economizando nas turmas, poupando dinheiro ao ministério...
E ficamos por aqui? Não mesmo!
Ontem apercebi-me de uma realidade ainda mais estranha, houve dois professores de primeiro ciclo que foram recolocados no agrupamento (não sei se é assim o termo), não tinham portanto turma destinada mas pertencem aqui.
Estes dois professores vinham então, pela lógica, resolver o problema na escola sede,completando a turma em falta e minorando a questão na outra escola. Mas não, o ministério não autorizou...pela questão dos números presumo, e então estes dois professores ficam noa grupamento, sem turma, a dar apoio às existentes...

A associação de pais batalhou e por isso está de consciência tranquila. Foi de Marvão a Évora reunir com  a Direcção Regional de Educação do Alentejo. Não entrou pela questão dos números que não valia a pena, tentou batalhar pelas areis movediças do apoio educativo a crianças com necessidades educativas especiais. Batalhou com as armas que tinha, veio derrotada, mas foi à luta.
Da autarquia não ouvi nada. Se tentou alguma coisa não me apercebi, sinceramente. Mas faz sentido, as eleições não se ganham nas escolas, longe disso, ganham-se no extremo oposto aliás, nas festas dos velhinhos que se adiantam para se distribuírem aos ditos uns beijinhos e umas pancadinhas nas costas.

Das crianças nada. Eterniza-se a questão da junção das duas escolas ,que eu particularmente defendo (pois antes uma escola boa e completa do que duas assim-assim) por puro populismo e bairrismo, não querendo desagradar ao lado norte da montanha concelhia, e não aproveitando as obras de melhoramento que poderiam daí vir. Até que a junção das escolas se dê por decisão superior, com obras ou sem elas, porque vai acontecer inevitavelmente, mas já havendo um culpado. Foi de cima, dirá o sr. Presidente da Câmara, a culpa não foi minha, que é uma posição que ele tanto gosta e tanto lhe convém.

E eu penso nesta pirâmide de responsabilidades onde insiro a autarquia, a direcção da escola, a direcção regional do Alentejo e o Ministério da Educação e pergunto-me se dormirão tranquilos de noite sabendo que estão longe de proporcionar às crianças de Marvão (e a tantas outras) as melhores condições de aprendizagem possível. Porque no meu íntimo, não consigo conceber que as crianças mereçam menos que o melhor.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A casa, que é deles



Hoje de manhã conversava com uns clientes simpáticos que estranhavam o facto de a nossa família ter tomado a opção de viver em Marvão, apesar das dificuldades, da desertificação , da falta de serviços e de emprego. Diziam-me que era arriscado, só por si mesmo, hoje em dia, pôr três filhos no mundo, quanto mais numa terra sem hospital, ou escola, ou farmácia todos os dias...
Expliquei-lhes que tinham razão mas que na balança para mim pesavam mais, muitas outras coisas. Umas palpáveis, outras nem por isso. Que qualidade de vida, para mim, rima com esta vila no topo de uma montanha.
Hoje que o N. regressou ao trabalho e me pesam nos ombros (e nas pernas) as dificuldades de gerir este edifício sozinha, pois as escadas são muitas e a barriga cada vez mais pesada...estas palavras soam baixinho, e penso nelas e no seu sentido.
Todos temos dúvidas, tantas e tantas vezes...
Mas reparei nesta foto que o N. tirou ontem antes da procissão passar. Esta casa que há dois anos era uma ruína e que se tornou num sonho. São dois anos e parece uma vida...
Reparo nestes meninos loiros de sorriso rasgado, sentados no degrau desta casa, desta loja. Crescem aqui, criam as suas memórias aqui. Esta casa é deles e fez-se assim bonita, por eles.
E sigo assim mesmo, com dúvidas, por vezes muito cansada, mas sempre cheia de esperança!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Com as autárquicas à porta...

O Nuno costuma dizer muitas vezes que " para que o mal triunfe, basta que os bons não se importem" E esta frase serve bem para introduzir este post sobre a política local e as eleições que estão próximas. Claro que é uma frase exagerada, não há "mal" nem deixa de haver, a mensagem que eu quero fazer passar é que não há nada mais conveniente ao poder instalado do que o silêncio das pessoas que têm opiniões. Sobre seja o que for. Ora a minha opinião sobre a política local está longe de ser "desapaixonada" (calma, eu sei que a palavra não existe), mas é com toda a certeza desinteressada. Seja quem for que ganhe no dia 29 de Setembro, eu não fico melhor nem pior,com toda a certeza não vou ganhar nem perder grande coisa, e sabe quem me conhece pessoalmente, quão foi difícil e penoso, pelo meu percurso profissional, ganhar esta liberdade de expressão. Sabendo à partida que, desta vez, não me vão pesar nos ombros as vitórias e as derrotas, isso não significa que irei ficar calada quando o assunto é importante e nos toca a todos. E por isso cá vai, escrito e assinado:

O poder instalado tem obra feita, É inegável dize-lo. Deixou a sua marca em oito anos no poder. Fez um ninho de empresas, fez uma mini zona industrial, requalificou-se a Zona da piscina fluvial da Portagem, fez e melhorou acessos rodoviários, comprou terrenos (aqui não sei bem para quê, mas enfim). Teve a belíssima iniciativa de ceder um terreno para a APPACDM construir um lar, criando uma estrutura que vai gerar emprego e dinamismo, salvou o Infantário de fechar. Destaco estes feitos mas há mais, nunca ninguém me ouvirá dizer o contrário, até porque está à vista de todos. A situação financeira do município é boa (herança que vem de vários presidentes atrás) e o serviço da dívida não é extenso. Mas senhores, qualquer gestor sabe que esses números dependem daquilo que se investe, certo? E não me venham cá falar de estudos à qualidade de vida e outros que tais, o concelho tem cada vez menos serviços, está cada vez mais desertificado e nascem cada vez menos crianças. É essa a realidade dos números, é isso que interessa, porque os estudos, esses, como tudo, servem interesses, relatam aquilo que interessa relatar.

 Na gestão municipal local, honra lhes seja feita, salvam-se as Juntas de Freguesia. Todas as quatro, não distinguindo nenhuma e portanto nenhum partido. Pelo seu serviço de proximidade ao cidadão, pela acção contida e equilibrada, à medida dos seus poderes e do seu orçamento. Porque será que o serviço público é tão mais sem vícios nas freguesias? Terá a ver com salários meramente simbólicos? Cada um que diga o que pensa...

É que ter obra feita, para mim, está longe de ser tudo... Eu acho que o factor de desenvolvimento (e de sobrevivência) do concelho de Marvão é o Turismo. Claro que todos os outros sectores são importantíssimos e respeito quem considere que a agricultura ou a indústria sejam decisivos, mas na minha opinião, é no Turismo que Marvão se pode diferenciar e progredir. É por isso mesmo que considero que este executivo nesta área falhou redondamente, aliás, atrevo-me a dizer que teve uma acção MEDÍOCRE!
No Turismo, andou para trás e para diante em manobras com a Candidatura de Marvão a Património Mundial, desconhecendo claramente o processo, desrespeitando o tanto que já estava feito, perdendo a corrida em toda a linha para terras tão próximas e ainda mantendo teimosamente essa bandeira sem saber claramente o que tem em mãos. Mau, muito mau. No mês de Setembro a Candidatura é apresentada pela enésima vez....Eu no programa colocaria antes RE-re-re-re-re apresentação da Candidatura de Marvão a Património Mundial...Claro, no mês de Setembro, porque é conveniente...mas se ainda existisse em alguém a esperança que "desta é que era" mas enfim, digo e repito que o mais triste de tudo é o desconhecimento por completo do que o processo significa, para onde se vai, como se faz...
E a alienação do nosso maior monumento (intervencionado aliás, com gosto duvidoso) para as mãos de una associação? Enfim...já aqui tive oportunidade de escrever sobre o assunto...
Começaram-se as obras no Museu Municipal, tão necessárias, mas deixámos escapar verão por entre os dedos. São as obras no nosso Portugal, pois sim, pois sim...
Os percursos pedestres, pelos quais já somos conhecidos mas era tão importante sinalizar, manter, mapear, dar a conhecer, divulgar. Onde estão? Porque não se investe, já que até se pode considerar um investimento reduzido?
Na Cultura (que eu associo bastante ao turismo) enfim, é deplorável...O nosso maior evento, a Feira da Castanha, continua imutável, sem dinamismo ou novidade alguma, como que a esperar que a glória do passado perdure e se mantenha, quando todos sabemos que não é assim. Criou-se a Almossassa mas mais uma vez nada se fez por ela, em vez de a fazer crescer enquanto evento novo que é, é vê-a marinar em lume brando e pouco empenhado. Perdeu-se a Feira do Artesanato e Gastronomia. Esgotou-se o modelo? Está bem, está, digam isso ao Crato, por exemplo,que teve este ano mais de 50 mil visitantes, abandonou-se o modelo, que é mais fácil... Faz-se uma Boda Régia? Sim, porque os vizinhos espanhois querem. Faz-se um Festival de Juventude? Faz, porque as associações de jovens querem. Para o ano não se sabe, logo se vê Multiplicam-se, para salvar o quadro, as Semanas Gastronómicas, requerendo pouco trabalho e transferindo a acção/lucro para os restaurantes... E muitos aspectos de graves falhas e deficiências no departamento cultural se poderiam destacar ,porque eu sei que a cultura não são só as festas mas aí confesso, é mesmo por tristeza pessoal profunda, aliás, é por revolta, que nem toco no assunto.

Depois está algo tão à vista de todos como a obra feita: a ausência do trabalho em equipa. Um líder que na maior parte das vezes nem faz nem deixa fazer, que aparece nos cartazes sozinho, que exclui quem não pensa de forma igual como se de leprosos se tratassem. Que dá ouvidos a boatos e a "diz que disse" e que não olha nos olhos as pessoas com quem fala. Que líder é este? É o líder que merece quem lhe deu o voto, e não foram poucos...

Eu sei que tinha muito mais a ganhar em estar caladinha.O que digo não interessa a muitos nem influencia nada. É um facto. Eu sei que tenho uma porta aberta e devia ser mais cautelosa. Eu sei bem o que é viver numa terra pequena e como é difícil estar do lado errado.
Mas tenho consciência. Penso. E até ao dia de hoje, não precisei de arranjar desculpas para ficar calada...

A questão é que, digo e volto a dizer, eu de momento não tenho lado. Cresci com os meus próprios erros, desiludi-me com a política em geral. Com este texto, eu não venho apelar ao voto em A,B ou C, porque sinceramente, eu não sei se outros no mesmo lugar seriam melhores, mais justos, mais equilibrados...

Mas o sangue ferve-me quando vejo o Dia do Empresário que normalmente era comemorado em Maio passar para o início de Setembro. Fico espantada ao ver anunciado para Setembro também, what else, o leilão de terrenos que estiverem vários anos parados...Enervo-me quando vejo chegar o cartaz da Festa do Idoso com data de 15 de Setembro quando há uma data mundial para essa efeméride que é 1 de Outubro...

Eu queria governantes que trabalhassem para TODOS os seus munícipes sem exceção, e não em proveito próprio ou dos seus apaniguados. Eu queria não ter sido afastada do meu interior emprego por "falta de verbas" mas ver entrar para o quadro pessoas que lá estavam há menos tempo mas pertenciam ao círculo certo (como o actual vice-presidente, só para dar um exemplo). Eu queria ter assumido o concurso público que concluí em primeiro lugar, mas em vez disso anularam-no só porque fui eu que o ganhei. Eu queria tanta coisa.
Queria principalmente ter esperança que tomei a decisão certa ao ficar.
Que acertei quando escolhi esta terra para os meus filhos nascerem.
Queria sentir-me menos sozinha no relacionamento, tão necessário, com o poder. É que ter a consciência tranquila, como eu sempre tive, ou a razão (se é que ela existe) do meu lado, não chega...

 Mas tudo isto, na minha terra e no meu país é impossível. É mesmo impossível...

quarta-feira, 31 de julho de 2013

O papel

Para se fazer qualquer coisa neste país são necessários mil "papéis"
Uma pessoa sofre, literalmente, para tratar de qualquer burocracia que seja. Há sempre uma "papel" que não está bem.
As aplicações que já surgiram online (ex: segurança social directa, portal das finanças, net emprego) não facilitam, muito pelo contrário, de tão complicadinhas que são. A única diferença é que complicamos em casa em frente ao computador e não numa repartição.
Se por um lado no interior o acesso Às instituições  é mais facilitado, porque se conhece sempre alguém simpático e disponível a ajudar, por outro tudo corre lento, lento.
A partir de amanhã eu vou dar um emprego. Um emprego com contrato, com descontos, com seguro, com subsídios. Tudo como deve ser, tudo como é de lei. Deviam-me levar em ombros por estar a criar emprego numa época destas, mas não, sofro em cada passo que tento dar.
Por culpa da burocracia. Por culpa dos papeis.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Será que se eu amanhã escrever um post a queixar-me da sinalética em Marvão também resulta? É que eu tenho paciência para escrever um post por dia na boa


Cultura em Marvão. Mal...tão mal...

Temos pouca oferta cultural em Marvão
É um facto
Pouca e muito mal divulgada, o que ainda torna tudo bem pior.
Ontem houve um concerto na igreja de São Tiago de música renascentista, integrado na Boda Régia.
O cartaz e os flyers foram entregues para divulgação aqui na Mercearia no próprio dia, pela hora de almoço.
Pois...
Hoje como sabia que haveria outro concerto na mesma igreja procurei na página do Município se seria o mesmo horário (demasiado cedo, pelas 20.30...)
Figura o cartaz e o flyer para download, é um facto, mas destaque para o concerto de hoje, nada...
Página do facebook do Município sim que destacam, num post de ontem, mas o dia da semana está enganado, criando mais confusão.
É assim que estamos e mais não merecemos, pelos vistos...

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Os grandes e os pequenos

Ontem recebi no correio um folheto publicitário do E.Leclerc de Portalegre.
Uma promoção só com produtos regionais, o que me parece muito boa ideia.´
Defensora que sou das marcas da terra, estive com atenção a ver preços. Sei o que é a competição em termos de preços no comércio a retalho, sei da dificuldade dos pequenos produtores em colocar os seus produtos nas grandes superfícies. Os contratos que estas grandes lojas fazem são ferozes e quando não são bem geridos muitas vezes podem significar a ruína dos pequenos negócios.
Como em tudo na vida, é gerir e negociar entre as partes
Mas voltando à questão dos preços, verifiquei no folheto em questão que há produtos que eu compro directamente aos fabricantes que surgem com um PVP mais barato do que o preço que eu pago enquanto retalhista...

Se isto é correcto? Se isto é justo? Não. Quem fica a perder? São sempre os pequenos, sempre...
Mas é assim que funciona. Eu sou apenas uma merceeira numa terra com pouco mais de 100 habitantes, não significo muito....não compro em quantidade...
Se eu decidir comprar ao E.Leclerc de Portalegre ainda conseguirei reduzir os preços enquanto o stock durar...
Se me agrada isto tudo? Nada
Mas se é assim que funciona o jogo, que remédio tenho eu, que sou pequena...

sexta-feira, 19 de julho de 2013

A moda do empreendedorismo

Há dias que são tão complicados
Dias em que as preocupações não nos largam, os prazos e as obrigações também não, em que as contas para pagar nos perseguem como leões famintos e desejosos de nos devorar inteiros.
Dias que começam às 7.30 para só acabar às 2.30 da madrugada seguinte, fazendo-nos perder a calma, a tranquilidade, da possibilidade de disfrutar do "estar" com aqueles que gostamos.

Vai-me dando cada vez mais graça a moda do empreendedorismo, juro que sim. É tão bom, tão bonito e tão fácil fazer e acontecer.
Mas é para os outros...
É tão injusto a conversa do, "então, qual vai ser o próximo projecto?", como se não fosse tão difícil ter chegado até aqui, manter a funcionar, fazer resultar...

O território é adverso, perde gente de dia para dia, quando são exatamente as pessoas que fazem tudo girar. O país está em modo adverso, e localmente , sabe Deus...nem o ano de eleições faz lembrar os do poleiro que há solicitações a responder, há coisas importantes a tratar, antes se dão beijinhos a velhinhos que resultam em pleno, para quê perder tempo com quem não vota em nós...para quê perder tempo com pessoas a quem já tirámos tudo...

Dói ver o que me rodeia. Dói ver a dificuldade de quem realmente merece e luta como eu para se manter à tona de água, enquanto outros por quem passo todos os dias não têm noção do que custa ganhar o dia a dia, o chegar ao final dê cada mês. Não sabem o difícil que é não ter quem nos ponha o salário na conta...
Há quem mereça, mas há tantos que não...há tantos que se queixam por nada...

Já não vou conseguindo ter paciência e tolerância, há dias que não consigo ter paciência para os xicos espertos, para quem não cumpre, não é sincero, quem pedincha sem dar nada em troca, quem copia, quem prejudica. Tento acreditar que quem faz mal aos outros recebe em dobro... mas tarda, tarda tanto,..

Lembro-me do dia em que estive num programa de televisão e quando cheguei a casa e liguei o computador li qualquer coisa parecida a esta frase, vinda de uma pessoa que eu não conheço nem nunca falou comigo:
- Parabéns Catarina, é preciso trabalhar mas também é preciso ter dinheiro...
Lembro-me da maldade e da inveja que está por detrás deste comentário. Esta pessoa, que eu já esqueci o nome,  não me conhece, nunca trocou duas palavras comigo. Mas ainda assim, e porque eu apareci contente e feliz num programa de televisão, acha que tem visão raio X para a minha conta bancária, acha-se no direito de menosprezar a luta que eu travo todos os dias.

Porque eu sei que tenho muita sorte. Que tenho muito, que estou no meu caminho e só preciso continuar em frente, afastando o que não interessa. Mas caramba, hà dias que são tão complicados, que desabafar é a única solução...mesmo que não se conte da missa a metade.
Dou voltas e voltas e tentar encontrar soluções, a tentar ajudar quem eu sei que merece, a sonhar no fundo...porque sonhar alivia o peso dos dias.

E agora siga, que ainda há muita coisa para fazer hoje...

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Festa!


Fim de semana de festa por aqui!
Fim de semana a provar que a iniciativa privada faz, acontece, e faz bem!
Primeiro o festival de cinema do mundo de Marvão. Três dias em que estive sempre presente, primeiro nas sessões da noite e depois na sessão infantil, três dias em que à conta dos pequenos merceeiros fiquei com três filmes por acabar pois tive que sair mais cedo devido ao rebuliço.
Vê-se mais tarde, paciência.
Filmes interessantes e bem escolhidos, sem esquecer as crianças, cenários de sonho (anfiteatro da Portagem em noite de verão com vistas para o castelo iluminado), espetáculos paralelos, comida africana, e um montão de outros pormenores que diferenciam.

Depois uma noite na Beirã, na estação onde já não passam comboios mas renasce a vida para um jantar muitíssimo bem servido pelo recém inaugurado restaurante "Sabores de Marvão", com fado interpretado por artistas locais e dança flamenca pela nossa boa vizinhança com Espanha.
A apresentação do projecto Train Spot, uma guesthouse com muito nível do casal Lina e Eduardo que está quase, quase a abrir.
Casa cheia! Gente!
Tão bom de ver.
Claro que os apoios suportam e ajudam muita coisa, mas a iniciativa está lá, e por isso o mérito é inquestionável! Por momentos esquecemos que o poder local só sabe reproduzir o já feito ou lançar semanas gastronómicas. Por momentos, e pela mão de quem está cá para ficar, para mostrar, para resistir.

Parabéns a todos!

domingo, 14 de julho de 2013

Repartir

Entrou uma família de quatro. Pais e duas filhas pequenas.
Eram brasileiros e os brasileiros são quase sempre simpáticos e conversadores. Confirmei isso mesmo.
O pai comprou uma boleima de castanha com uma moeda de um euro. Quando ia entregar o troco de 10 cêntimos a filha mais velha estendeu a mão e entreguei-lhe a moeda.
A filha mais pequena ficou triste. Pedi:
- Dás-me a moeda de volta?
Ela deu.
Abri a caixa e tirei duas moedas de 5 cêntimos que entreguei a cada uma delas.
Ficaram contentes.
O pai disse:
- Também é mãe. E de dois filhos.
- Dois a caminho dos três.
Com pouco nos entendemos e conhecemos.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Quando nasce um menino, é sempre Natal


Nasceu na semana passada.
Há sete anos que não nascia um bebé em Marvão (vila)...
Que a chegada da Sofia seja um sinal de esperança e renovação.
A Mercearia não podia deixar de oferecer uma prendinha, como que a dizer: Bem-vinda sejas!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Crónicas da Vida na Aldeia – A má língua

Soube hoje de um episódio triste. Eu às vezes tenho para mim que na aldeia também sou um pouco outsider (e ainda bem) e por isso só venho a saber das coisas muito tarde. Enquanto ouvia a história, contada pela “personagem principal” não conseguia deixar de rir, porque no fundo é uma história insólita.

Os pormenores pertencem a quem de direito e o processo ainda está em curso pois envolve as autoridades, mas resumindo, não passa de um mau entendido! Uma daquelas histórias que parece de filme pelo caricato que significa e que confiando no bom senso de todos, se há-de com toda a certeza resolver.

Mas  ele há os episódios insólitos e os episódios insólitos que acontecem em contexto de aldeia. E isso, senhores, faz toda a diferença. Porque quando se escolhe viver numa aldeia escolhe-se viver em comunidade, com todo o mau e o bom que isso acarreta.

Por mais que uma pessoa tente viver para si, na aldeia, não se consegue. Por uma razão ou por outra, tarde ou cedo, acaba por ser vítima de boatos e falatórios. Ele é porque é de fora, porque se veste de forma diferente, porque os filhos levam sandálias para a escola enquanto os outros usam ténis, porque não vai à missa, porque sai cedo de casa ou entra tarde, porque deixa crescer ervas daninhas no quintal ou porque comeu demasiados doces no natal e engordou.

Agora imaginem: Uma cachopa nova que veio de fora com a família para iniciar um negócio novo! Que se veste de forma descontraída porque passa os dias metida numa obra e isso o exige. Imaginem que esta cachopa tem queda para se meter em “filmes” insólitos e por uma imprudência se vê “apanhada” pelos guardas enquanto come um gelado descansadamente com o filho ali para os lados da Portagem….isso……é um prato…é tudo o que as dondocas que frequentam as mesas do café precisam para começar o chorrilho de mentiras, mal discência e muita, muita mesquinhez. Carradinhas de mesquinhez.

É que eu tenho muito mais medo das más línguas da aldeia do que tenho dos senhores guardas. Muito mais! (até porque quanto aos guardas até casei com um). É que nas aldeias se concentram muitas pessoas que não entendem que o mundo é muito maior do que o morro de Marvão, que a vida é muito mais complexa do que contam o Goucha e a Cristina nas manhãs da TVI e que a forma como a vizinha estende a roupa no estendal, só por ser diferente da sua, não é assim tão grave.

É nesses momentos que cai em nós que há mesmo pessoas más, com mau fundo, com rancor no coração e principalmente na língua. Destas, só pena, muita pena, porque tarde ou cedo, sofrerão em dobro aquilo que fazem os outros.

O problema  é ter que enfrentar essas pessoas todos os dias nos cafés, na mercearia, ou quando se levam os filhos à escola. Porque é assim a vida na aldeia, vivida em comunidade. É ter que as encontrar nas festas  e ter que cumprimentar, ou quando as coisas já estão irremediavelmente azedas, ignorar, com a altivez de quem tem a verdade do seu lado.

É ser maior do que a mesquinhez das más línguas da aldeia. É difícil, tão difícil…

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Em resposta ao post do Tiago Pereira


Tiago

Eu tenho consciência que de vez em quando desce em mim a bruxa má que neste caso se olhou ao espelho e disse:

- Espelho meu, espelho meu, há festa mais bonita do que aquela em que eu participava?

Tudo o que vem a seguir tem uma mistura injusta de verdade e exagero, explicada pelo meu amor ao dia e ao evento, aos meus filhos e às minhas hormonas saltitantes. Passado um dia, já não teria disparado em todas as direcções como fiz. Alguns tiros manteria em mira, outros não.

Eu reconheço o teu empenho e esforço, bem como o do Jorge Rosado, o do Américo, o do Hernani, o do Filipe Ferreira e tantos, tantos outros. Tu sabes que sim! É por isso que tenho estas pessoas que nomeei como amigos. É por isso que estou desertinha de ir para Marvão viver com as rapas e ver aí crescer os meus filhos, nessa terra de vista lindas e pessoas complicadas (que o é! Como tão bem disse a Marília ontem no meu post)

Beijinhos

terça-feira, 4 de junho de 2013

O Dia da Criança de Marvão 2013

Se há dia em que ninguém tem direito de falhar é no dia da criança.
Não dá, é impossível, este dia é-lhes devido, é delas.
E falhou-se, no dia da criança de Marvão (na minha singela opinião, claro, que vale o que vale)
Comecemos pela análise do dia: Dia da Criança comemorado no dia 4 de Junho. Como? Porquê? Porque dá jeito aos adultos? Nem dia 31 ou 3?Adiante que nem é o mais importante.Certo...
Depois a escolha do espaço: O Castelo de Marvão!
Um espaço sem grandes sombras e com pouca água, exatamente o oposto do local onde antigamente se comemorava esta data, o centro de lazer da Portagem.
Porquê? sei lá, nem quero saber...
Depois vem as questões das rapas. A mais obvia! Vieram em massa no domingo, fizeram estragos na segunda feira. Não sabiam que também as haveria na terça com o calor a manter-se? É óbvio que sim, e com elas o extra dos mosquitos. Mantiveram os planos com a teimosia própria de quem não quer dar o braço a torcer... e o burro é o que anda a pastar lá pelo albacar?
Não é!
Andou-se a espalhar "produto" na segunda feira à noite! Lindo, mesmo lindo, mesmo que vinte mil especialistas me digam que o "produto" é inofensivo, eu quero os meus filhos num espaço onde este foi espalhado há menos de 24 horas?
Nem respondo...não preciso...
Depois as brigas, as briguinhas de comadres! Aqui entra a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia e a direção do Centro Cultural. Quem tem razão?
QUERO LÁ SABER!!!!
Os senhores que briguem nos outros dias do ano, têm portanto imenso tempo para o fazer, mas neste não! Este não é o vosso dia seguramente, este é o dia dos que sonham, dos que acreditam em magia, nos que acreditam no poder de fazer o bem!
Basicamente o que eu sei é que estragaram o dia! Que às 12 horas estavam as crianças a abalar no autocarro para a Portagem.
Acabo com o programa: a educadora da minha filha teve a amabilidade de mo mostrar. Entre outras coisas eu li: Treino Físico; Treino de Tiro; Treino Militar...
M-E-D-O
Ainda ontem comentávamos ao jantar: A blusa deste ano devia então ser com padrão camuflado, se é para levar as criancinhas para a guerra...
Mas não, aí não, exagero meu! As actividades tinham a ver com a temática medieval, de jogos bélicos/tradicionais...vá enfim, bem enquadrados no castelo...E havia gente trajada a rigor, e uma associação/empresa a supervisionar...
Longe vai o tempo do trabalho de equipa entre funcionários da Câmara, em que tudo era pensado, sonhado, executado com a prata da casa...longe vai o tempo...

Se a minha filha me vai dizer que gostou do dia? É obvio que sim, isso é o mesmo que perguntar a quem tem pouco se não ser um pedacinho de alguma coisa...
Deixar uma criança contente não é difícil...
Agora os pais...agora esta mãe... isso são outros quinhentos, e esta mãe aqui não gostou! Nada! E diz com todas as letras!
Porque esta mãe desde que o é, que se envolve, que participa, que está presente nas listas das Associações de Pais. Porque esta mãe quer saber!
E por isso mesmo não aceita para os seus nada menos do que o melhor!
PORQUE NÃO É ESTE O LEGADO!
O legado do dia da criança de outros tempos não são produções milionárias e estrondosas, é tão simplesmente AMOR, DEDICAÇÃO, EMPENHO, É DAR O MELHOR POR ELES.
E isso foi exatamente o que falhou. Preocuparam-se antes  em brigar,  lançar comunicados, dizer mal uns dos outros, deixando o que importa para trás!

Shame on you, meus senhores, shame on you
TODOS! Sem nomear ninguém, porque lá nisso, portaram-se todos da mesma maneira.
E desculpem lá se chateio alguém com este texto, desculpem lá se exagero. Acreditem que não é por maldade. É que eu estava aqui na loja de manhã e apesar dos mosquitos abri um pouquinho a porta quando ouvi o hino.
Era a minha voz...mas já não era, entendem...já não é esta a minha festa. A minha, agora, é vivida através da alegria dos meus filhos. Porque tudo o mais, fizeram por tirar-me.
Para um ano um conselho...vivam mais o dia, vivam-no a brincar, pensem-no como...uma criança!
Vai correr bem melhor

segunda-feira, 20 de maio de 2013

A Ultra Maratona da Serra de São Mamede, com o apoio da Mercearia de Marvão



A segunda  Ultra Maratona da Serra de São Mamede decorreu no passado sábado dia 18.
Teve em Marvão o Posto de Abastecimento e Controle nº6 (aos 60 km) que gerou os seguintes comentários:


"Neste PAC mudei de roupa, alimentei-me convenientemente e descansei um pouco. "

"Enfim, talvez lhes perdoe, porque depois do pesadelo da subida, entro finalmente em Marvão, recebo 100 sorrisos de vários membros da organização (curiosamente, quando os questiono, nenhum é responsável pelo desenho do percurso) e uma sopinha que me aconchegou o estômago que, há muito, reclamava por algo mais do que figos secos."

São estas as palavras de duas atletas (cujo texto completo figura num post na página de facebook da Mercearia) sobre o PAC 6 de Marvão.
O Pac 6 de Marvão teve muitos voluntários: Entre eles o meu pai, irmão, marido e cunhado. Teve o Luís Barradas, O Pedro Sobreiro, o João Aleixo, o Américo, o Sr. Gil, a Céu e a Maria João que fizeram as sopas, entre muitos outros.
A Mercearia encarregou-se de pães com chouriço e cervejinhas para esta gente toda (30 amigos!) que acordaram neste dia de madrugada. Portanto é um orgulho saber que foram recebidos com sorrisos e comidinha reconfortante. Assim, tudo vale a pena!
 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

O Mar de Marvão

Fico emocionada com o trabalho dos meninos, com o facto de tão bem compreenderem e amarem a sua terra.
Fico feliz de estarem estas crianças entregues a tão bons professores. Quando vejo o ranking nacional das escolas penso cá para mim: quero lá saber.
Em Marvão os meninos crescem a fazer poesia. Enquanto assim for, há esperança!


(ora vejam:)

                     http://bemarvao.blogspot.pt/2013/05/o-mar-de-marvao.html

quarta-feira, 15 de maio de 2013

A Mercearia do Castelo e o melhor presente do mundo



Era para ser mas já não é.
Um concurso ganho, um projecto aprovado, mobília encomendada e até o convite feito para o novo colaborador.
Seria a Mercearia do Castelo. Seria este mês de Maio.
Mas não vai ser.
Estamos à espera de mais um pequeno merceeiro. e sendo já o terceiro filho, vejo-me obrigada a abrandar um pouco o ritmo e ter que deixar a nova mercearia para outra altura.
Enfim, é este o meu testemunho de mulher empresária, perde-se uma oportunidade de negócio para ganhar o melhor presente do mundo.
Não há lamentos, apenas as prioridades bem assentes e um agradecimento profundo a quem teve este sonho comigo: O Centro Cultural de Marvão que apoiou sempre e entendeu a situação, o Tiago Pereira, a equipa da InAlentejo, as meninas da Unike (***** para elas) e todos os outros que directa ou indiretamente se envolveram.
Estou certa que o futuro trará outras hipóteses igualmente boas, agora é tempo de me concentrar no tanto que já tenho....

(foto do Luís Barradas a quem agradecemos)

segunda-feira, 13 de maio de 2013

SORTEIO DE INAUGURAÇÃO DA ESTALAGEM DE MARVÃO


SORTEIO DE INAUGURAÇÃO DA ESTALAGEM DE MARVÃO

1 - Gostar das páginas da Mercearia de Marvão (www.facebook.com/merceariamarvao) e da Estalagem de Marvão (www.facebook.com/estalagemdemarvao);
2 - Partilhar esta foto publicamente (é a única ...forma de verificarmos);
3 - Preencher este formulário:
https://docs.google.com/forms/d/19ey0ukGaaThz4R5DzRQofN6Hv8YR601oox-SOn26jw4/viewform

O sorteio começa às 10h30 de dia 12 de Maio e termina às 20h de dia 20 de Maio.
Boa sorte a todos!


Os estalajadeiros estão disponíveis pelo 245993059 ou pelo geral@innmarvao.com

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Canhota


Estava a escrever na ardósia "Beijinhos de Castanha" quando ela entrou acompanhada de mais um casal.
Uma antiga professora primária que me gabou a letra:
- Que letra tão bonita e direitinha para uma canhota!
Expliquei que me custou a aperfeiçoar a grafia. Tinha uma letra demasiado grande e torta, trocava algumas letras. Tive sorte de ter uma professora de primeiro ano que batalhou muito comigo.
(Chamava-se Francisca, querida senhora que vejo de tempos a tempos em Portalegre).
Colocou-me na carteira da frente e fez-me fazer cópias. Tantas cópias que atingindo eu a caligrafia esperada, nunca mais a mudei, nem mesmo no secundário ou na universidade, em que se escreve de forma mais apressada, deixei de ter uma letra bem desenhada "à escola primária".
Deixei de ser torta na letra porque não fui contrariada. E ainda bem! Faço tudo à esquerda, mesmo tudo, e se tivesse nascido noutra geração com certeza teria tido dificuldades.
Uma canhota direitinha na letra mas torta de feitio.
Muito prazer Sra. Professora, volte sempre!

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Os clientes da Mercearia de Marvão são os melhores do mundo!

 

Pequeno almoço especial de domingo... panquecas com doces da Mercearia de Marvão! Doce de castanha e doce de maçã bravo de esmolfe... divinais!!!

(FOTO: INÊS ABREU)

domingo, 28 de abril de 2013

Os Velhos voltam à cena em Santo António das Areias, pelo grupo de teatro amador de Marvão


Bela noite de teatro ontem em Santo António das Areias. Parabéns ao grupo de teatro amador "Já disse" pela recuperação desta peça de teatro tão marvanense. Os Velhos de D. João da Câmara. Saber valorizar o nosso património cultural vale ouro!!!!
Será injusto destacar alguém pois todos estiveram muitíssimo bem, mas eu adorei o despique entre a Vera Barroqueiro e a Felícia Amador (que estreia, oh cachopa!)
Fantástico!!!!

Sobre a peça:
"Os Velhos, é, sem dúvida, a obra-prima de D. João da Câmara, que, formado em engenharia, percorreu o Alentejo, na construção das linhas de caminho de ferro, aí encontrando o enredo do texto e a característica das suas personagens. De grandes qualidades cénicas, no poder da linguagem clara, tensa, é famoso o terceiro acto, em que se festejam as bodas de ouro de um casal de anciãos, diante de um abundante cozido à portuguesa, além de outras apetitosas iguarias"António Couto Viana

"Em Os Velhos não há as grandes tiradas, as grandes declamações, os largos gestos do teatro romântico. Não há cenas de faca e alguidar. Tudo se passa numa aldeia alentejana, com a sua vida calma, o quotidiano sem sobressaltos. Mas o comboio vem aí, vêm aí as reacções à transformação que o progresso vai provocar. Quase não há história. Tudo se passa com uma linguagem simples, natural, às vezes mais ciciada do que falada e, atravessando todo o livro, uma extensa linha de ternura, de humanidade, de cumplicidade com os mais simples, os mais pobres, os mais velhos"MÁRIO CASTRIM

quarta-feira, 17 de abril de 2013

O casalinho japonês



Passaram por cá na segunda feira.
Um casalinho de japoneses apaixonados. Novinhos, entraram de mão dada.
Tudo amiudaram, os japoneses são assim. Foram conversado e exclamando muitos "ahhhhhhh" e "ohhhhh"
Às tantas tomaram a decisão, escolheram uma garrafa de vinho tinto e colocaram-na em cima do balcão.

(temos piquenique romântico aí para algum cantinho, pensei eu)

Depois entraram na parte da Mercearia corrente e o rapazinho veio perguntar-me:

- Do you have cat food?
- I do (disse-lhe eu)
E fui mostrar-lha.

- "A portuguese brand of cat food" especificou.

Escolheu um paté de gato.
E eu pensei cá para comigo, será que não queria paté de sardinha, ou paté de atum? E disse-lhe:

- This is cat food, the food that the cats eat.
- Yes, disse ele com um sorriso.

E foram as compras. Uma garrafa de vinho e uma latinha de paté de gato.
Bichano eles não traziam, que depois até fui verificar à porta enquanto eles subiam a rua do Castelo.
Eh pá....
Será que queriam levar uma latinha para oferecer ao gatinho que deixaram lá no Japão? ou....
Eh pá....
Eu realmente dos hábitos alimentares dos japoneses só conheço o sushi....
Eh pá....

(imagem retirada da net)

sábado, 13 de abril de 2013

Burricada parlamentar

 
Tenho à minha porta uns cavalinhos(ou burros, é como preferirem) feitos e pau e meia que são adoráveis. Todas as crianças que passam os adoram.
Estava com o sr. Andrade em conversa a ver se conseguíamos chegar ao nome colectivo para cavalos ou burros.
Um casal circulava pela loja e quando iam a sair diz o senhor:
 
- Sabem como se chama a um conjunto de burros?
PARLAMENTO
....
 
(muito muito bom! que fique parlamento então...ou cavalgada, ou burricada, ou manada...)

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Da Horta para a Mesa - um livro de Cláudia Sousa Villax


Já ouvi hoje aqui na loja que está na altura de plantar as hortas.
A chuva passou (queremos nós pensar) e o sol vai começar a aquecer.
Este livro de receitas simples e deliciosas, surgiu de uma horta biológica de Marvão.
Um projeto delicioso da Cláudia e da sua família que eu conheço de outras andanças e outras escritas, igualmente interessantes.
Mas disso falarei depois que as boas surpresas são para revelar devagarinho, depois de uma conversa que se deseja para breve.
O livro está à venda nas grandes livrarias, mas eu quero muito que em breve venha para a prateleira da Mercearia mais bonita.

As crateras do Porto da Espada

FOTO DE JOÃO LUÍS GARÇÃO

Não se devem a meteoritos nem a nada que tenha descido dos céus.
A terra abateu, e enquanto fenómeno geológico, é normal para terrenos deste tipo (calcários, que deixam infiltrar muita agua)
No vale da Aramenha corre muita água, e o facto de ter chovido muito este ano aumentou o caudal subterrâneo.
Mas causa uma estranheza natural, e depois de ter falado com o João Luís e o meu cunhado, apeteceu-me escrever sobre o assunto.
Lembremo-nos da gruta da Cova da Moura, que detém uma das mais importantes colónias de morcegos da Europa. Sabemos que era uma antiga mina de chumbo, mas terá surgido assim também?
Conta-me o João Luís que fica muito próximo destas novas crateras.

Quando trabalhava no arquivo lembro-me de ter inventariado numerosos processos de exploração de minérios. Muitos, mesmo muitos, do Vale da Aramenha, que vai do Porto da Espada até à Escusa, onde se extraía a cal.

Um fenómeno normal mas impactante, sem dúvida. E perigoso, alguém que caia neste buraco dificilmente terá volta. Os terremos ainda estão muito instáveis.

Dizem os agricultores da zona em que em alturas de muita água, é normal que os animais em determinados sítios afundem as patas na terra...

 É fundo, muito fundo...E mesmo pela sua fundura o que impressiona mais, diz quem viu, é o som.
O som da terra, da água que passa lá em baixo, o som do desconhecido.
Não há mar nesta terra, mas é assim que soa, como ondas a bater, com gravidade e profundidade.

Respeito pela natureza, é a lição a tirar, muito respeitinho....

sábado, 6 de abril de 2013

Frigorífico natural


A Dona Angélica nasceu em Marvão.
Fez a primária na escola que esteve instalada ali para os lados do Calvário, na subida.
A mãe trabalhava na Santa Casa e ela ia muito para lá, e por isso aparece numa foto linda com as meninas da Santa Casa,  que eu usei como capa de caderno da Mercearia.
A Dona Angélica conhece toda a gente em Marvão, conhece muito sobre esta terra. E eu gosto quando ela me conta coisas porque aprendo muito.

No outro dia estávamos a falar da chatice que foi para mim ter uma nascente de água aqui na Mercearia. Ela diz que sim, que é verdade, as casas da rua do Espírito Santo, por estarem encostadas à rocha, em anos de muita chuva aparece a água nos rés-do-chão.
Há muitas casas em Marvão em que isso acontece.
Há que encaminhar a água para a rua, não há nada a fazer, a natureza manda e nós temos que respeitá-la, é mais forte do que nós.

Por causa deste facto contou-me uma coisa curiosa. O rés do chão das casas de Marvão serviam antigamente para guardar o animal, o burro, o meio de transporte. Para quem o tinha, claro.
Isto eu já sabia, é a chamada loja do piso térreo.
A Mercearia de Marvão está instalada numa "loja" de píso térreo.

O que ela me contou é que pelas nascentes de água e por estarem os rés do chão muitas vezes com rocha aflorada, também serviram deste sempre como "frigoríficos" quando estes não existiam.
É natural, são as divisões mais frescas, portanto onde os alimentos melhor se conservavam.
As coisas são simples, naturais, quando pensamos melhor nelas.

Tal como natural é a minha constipação. Eu passo horas dentro de um frigorífico natural...

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Este Sr. Graça desarma-me....

- Quero levar um quilo de arroz. Do carolino
- Quer do Cigala ou do Amanhecer?
- Não quero do agulha, quero do outro
- Sim, mas cigala ou amanhecer?
- É do carolino
....

Dois minutos depois:
- Quero levar um garrafão de azeite dos pequenos
- Virgem ou Extra virgem?
... - É o da coopor
- Sim senhora, mas virgem ou extra virgem?
- É aquele pequeno!
...


(nota: O Sr. Graça é dos meus melhores clientes, tenho-lhe muita estima, tal como à Dona Isabel. Mesmo quando me torturam assim, gosto muito deles, por isso é que escrevi Se não fossem estes pequenos nadas, o dia a dia não tinha piada nenhuma...)

terça-feira, 2 de abril de 2013

O ouro do Alentejo - MERCEARIA DE MARVAO AZEITE VIRGEM EXTRA



 
O ouro do Alentejo - MERCEARIA DE MARVAO AZEITE VIRGEM EXTRA
Produzido embalado por COOPOR, comercializado por Mercearia de Marvão
garrafa de 0,500 ml

rótulo de João Bucho impresso pela HSF - design e publicidade

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Globetrotter

Esteve cá na semana passada e tenho-me esquecido de escrever sobre isso.
Não lhe perguntei a nacionalidade nem tão pouco o nome, a conversa foi tão interessante que estes (grandes) pormenores ficaram para trás...falava português e inglês.
Apresentou-se como escritora de guias de viagem. Gostou muito da mercearia e contou-me histórias.
Fez compras, já não sei bem o quê.
Falei-lhe do projeto da Estalagem e levei-a  ver a obra. Deu-me sugestões e dicas importantes.
Levou um cartão meu. Não sei se me voltará a contactar ou se chegará a escrever sobre o que encontrou em Marvão.
Ainda assim, foi uma bela conversa. Deixou-me a pensar numa coisa curiosa: Eu que tenho tanto apego à terra onde nasci, digo sinceramente que aquilo que mais invejo na vida é quem tem a possibilidade de viajar muito.

Na minha opinião, não há melhor forma de crescer interiormente e aprender coisas novas do que viajando.
É confuso, certo? Assumo que sim.
Uma escritora de  guias de viagem. Uma pessoa a quem pagam para viajar e para escrever sobre as suas visitas e aquilo que lhe desperta a atenção.

Ai inveja da boa....

sexta-feira, 29 de março de 2013

Um castelo concessionado


A Câmara Municipal de Marvão demitiu-se ontem das suas responsabilidades relativamente ao seu maior monumento.
Colocando a questão assim parece irreal, verdade? Mas não é.
Demitiu-se mesmo, limpou daí as mãos. A responsabilidade da gestão do Castelo de Marvão passou a estar concessionada ao Centro Cultural da mesma vila.

Vou então explicar tudo de forma resumida: A Câmara de Marvão abriu um concurso para todas as Associações do Concelho, interessadas na exploração comercial e cultural do seu Castelo.
Através da cobrança de um bilhete de entrada, essa Associação teria que fazer a  gestão do espaço, mas mais variadas vertentes.
Concorreram duas associações: A Terras de Marvão (que por sua vez, toda a gente sabe que é encabeçada por membros do partido no poder e cujas acções já foram amplamente debatidas, por exemplo, no Fórum Marvão) e o Centro Cultural de Marvão.

O Centro Cultural, composto por marvanenses aguerridos e acérrimos defensores do património da sede do concelho, não quis deixar que o ex libris passasse a andar ao desgoverno dos interesses pessoais de alguns, e foi à luta. E ganhou com a melhor proposta.

Para tornar possível a gestão do Castelo, principalmente em termos financeiros, o Centro Cultural, por sua vez, abriu concurso para empresas potencialmente interessadas em fazer exploração de um dos quatro espaços comerciais disponíveis no recinto do Castelo.
Eu concorri, e ganhei o espaço que pretendia.

Ontem, apesar de não concordar de forma alguma como toda este "passar de testemunho" oriundo do Município, eu escolhi fazer parte não do problema, mas sim da solução.
Apresentei as ideias que tenho para o espaço (que tem data prevista de abertura para Maio) e no mesmo dia, submeti candidatura ao Programa Valorizar, que apoia este tipo de iniciativas dos micro-negócios.

O Castelo de Marvão tem agora entrada paga. Se é uma boa ideia? É discutível, cada um que diga o que acha! A decisão, essa, foi tomada pela Câmara Municipal.
Mas espera, dar a cara por essa decisão é que não apetece, é chato, tem encargos e chatices. Então que se faz? Fazemos uma concessão....é como dizer:
"Agora desenrasquem-se!!!!" ou "Tomem lá o menino, cuidem dele"

E é assim que vai ser, como curiosamente sempre foi desde sempre e com os mais variados exemplos da história.
O seu a seu dono. O Castelo de Marvão aos marvanenses que dele têm orgulho.Os que dão a cara, o tempo, o empenho e o trabalho.
Com tudo o que isso significa de bom e de mau*
Os outros, estão de passagem!!!!

*não estou a falar de marvanenses e não marvanenses de nascimento (isso também eu não sou)
Quero falar nos que realmente gostam de marvão, distanciando-os dos que se servem de Marvão

sábado, 16 de março de 2013

A vida por trás de um balcão

Uma Mercearia é um espaço onde se conversa, onde se trocam ideias, onde se desabafa. É assim tradicionalmente, é assim na vida das terras pequenas.
No início da semana,  uma pessoa que conheço bem foi terrivelmente maldosa ao falar de outra, que também conheço bem e obviamente não estava presente.
E deixou-me a pensar, nisto da natureza humana...haverá pessoas de mau fundo, maldosas? Eu acho que a vida só nos ensina que sim, que as há.
 É obvio que eu também já fui má muitas vezes, por palavras ou acções, mas ainda assim, acho que consigo encontrar uma justificação, uma razão para tal.
Onde fica nesse caso a consciência? Os valores? A educação?
Agora, e quando é sem sentido? Quando mal se conhece o outro e se fazem acusações graves e sem razão de ser?
Numa mercearia há um balcão que nos separa, há o dever de ouvir e por vezes calar,  há o dever de não intervir. Mesmo que custe.
E a prova que custa é que passados vários dias, ainda estou a pensar nisso....

terça-feira, 12 de março de 2013

Mel da Serra de Marvão. Mais um produto da Mercearia!


Mais um produto da Mercearia!
O mel da Serra de Marvão
Variedade multi flora em frasco de 250 gramas!

(agradeço aos do costume, HSF, João Bucho e ao produtor José Garção)


segunda-feira, 11 de março de 2013

Vitória em tribunal!


No final de Agosto de 2011 terminou o meu contrato na Câmara Municipal de Marvão. Foram 9 anos (contando com o estágio profissional) de contratos a prazo. Esse final de ciclo coincidiu com uma licença de maternidade e em termos pessoais, como imaginam, não foi um período nada fácil.

Numa terra com poucas oportunidades como Marvão, sabia à partida que estava condenada a nunca mais exercer a minha profissão, mas em família, hierarquizámos prioridades e decidimos ficar, criando um negócio próprio.

Foi assim que surgiu a Mercearia de Marvão, em Novembro de 2011 e todos os projectos que a ela se ligam.

Agora imaginem, duas crianças pequenas, duas casas para pagar e um negócio emergente.  Eram dois bons salários estatais e de repente veio o desemprego e a necessidade de dar a volta por cima. Para além da banca, recorremos ao incentivo do IEFP que contemplava a possibilidade de receber o subsídio de desemprego todo de uma vez, desde que investido na criação do posto de trabalho.

No meio de todo este redemoinho de emoções, readaptações e novas realidades, eu sabia que a lei me conferia um direito: a compensação pela caducidade de contrato, prevista nos
artigos 252°, n° 3 e 253°, n° 4 do RCTFP (entretanto alterado, penso eu) que se “verifica sempre que a caducidade do contrato a termo não decorra da vontade do trabalhador e este não obtenha uma nova colocação que lhe assegure a manutenção de uma relação jurídica de
emprego público.”

Como é natural, solicitei o pagamento do montante previsto na lei à minha antiga entidade patronal.
Que se recusou a pagar. E não só se recusou a pagar como nunca me esclareceu devidamente, seja pessoalmente ou por escrito, as razões desta recusa. Lembro-me por exemplo das palavras de um chefe de divisão  : “Ah, há um parecer de outra câmara, que diz que o que está na lei não é bem assim e então o Sr. Presidente decidiu não pagar”

Fantástico, não é? Eu até consegui um parecer do Provedor de Justiça, mas mesmo assim, se recusaram a pagar.

E então eu fui falar com um advogado, e certa da minha razão e esgotadas todas as possibilidades de diálogo, avancei com um processo em tribunal.

Em Janeiro de 2013, passados portanto cerca de um ano e meio, veio a decisão. A meu favor.

Em Fevereiro o processo transitou em julgado e veio a sentença definitiva. E a Câmara Municipal de Marvão pagou-me.

Para mim, naturalmente foi uma imensa vitória. Uma vitória que tardou no tempo, envolveu custas processuais e os honorários ao advogado. E mais do que isso, envolveu um desgaste pessoal muito grande e nenhum dinheiro no mundo pagará.

Se a história acaba aqui? Não! Ainda está a decorrer um outro processo relativo a um concurso público que eu ganhei e o Sr. Presidente da Câmara anulou. A ver vamos. É uma outra história…

O meu conselho vai para todos os que se vejam na mesma situação: Nunca abdiquem dos vossos direitos!

A justiça pode tardar mas acaba por cumprir-se. A dos homens, falo na justiça  dos homens, porque ainda há outra…aquela que diz que o mal que fazemos aos outros regressa em dobro…

quinta-feira, 7 de março de 2013

Amêndoa Regional de Portalegre

 
As melhores amêndoas do Mundo!
Amêndoa Regional de Portalegre!
Vendemos em saquinhos de 250 gr, aqui na Mercearia de Marvão. Podemos enviar por correio durante todo o mês de Março (mercearia@innmarvao.com)
De açucar e chocolate!
Já temos para vender!
 
 
 Família Vintém! os mestres das Amêndoas de Portalegre


Trabalham no mês anterior à Páscoa. Rodam rodam rodam muito açucar e muita amêndoa.
A sala é quentinha e cheira tão bem! Assim se fazem as Amêndoas de Portalegre

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Eu, inútil licenciada em História, me confesso...


 
 
O Sr Camilo Lourenço acha que os licenciados em História são inúteis
Engraçado que eu acho o contrário. É que o curso a mim serviu-me para muito mais do que um canudo.
Serviu para me ensinar a pensar. Serviu para me ensinar o meu lugar no mundo em relação aos outros. Serviu para não me achar nem mais nem menos do que alguém só porque me dão direito de antena na televisão
Utilidade para a economia? Tenho muita, pois não só sei trabalhar na minha área de formação como, quando foi preciso, me tornei uma empresária em tempo de crise no interior do país. Porque já dei emprego, porque dou dinheiro a ganhar aos produtores da minha região.
Se precisam de pessoas como eu na minha terra? Eu acredito que sim, pena que este senhor não ache o mesmo...mas olhe,não é o único, na Câmara da minha terra também há quem pense assim...
O que fazer contra isto? Trabalhar, trabalhar muito, e mostrar-lhes que estão errados.
Camilos há muitos, e camelos então....

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O rapaz que primeiro chegou ao aeroplano

 
Eu já sabia desta história, em 1916 caiu na Serra da Escusa um aeroplano. Já tinha visto fotos e já tinha lido sobre o assunto, mas o que soube hoje tornou este episódio histórico muito mais interessante.
Imaginem o que foi para as pessoas de então, a queda de um avião em plena serra, um acontecimento!

Pois bem, hoje ao dar volta às fotos antigas com o meu pai, diz-me ele:
- Olha, o teu avô com certeza está nesta foto!
- ???
- O teu avô foi o primeiro rapaz a chegar ao avião e com certeza está nesta foto! Ele contava esta história imensas vezes.
- ???
- Sim, veio de Castelo de Vide a correr e foi o primeiro a lá chegar.

E é isto, o meu avô Adriano Bucho, nascido em 1904 em Castelo de Vide, tinha nesta altura 12 anos e era um grande corredor. Este episódo contou-a aos filhos e hoje, passados 97 anos, eu vim a saber dele.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O forno de poia


O Sr Simão vem buscar o pão todas as manhãs. Gosta de contar histórias e eu gosto de o ouvir, e aprender.
Esta manhã falou-me sobre os fornos comunitários que existiam em Póvoa e Meadas (Castelo de Vide) na década de 50 do século passado. Por essa altura existiam 4 fornos nessa localidade e portanto 4 famílias que se governavam com o pão.

Quem ia ao forno de poia cozer o pão não levava lenha, apenas o dito. O forneiro ou forneira, no final, ficava com a poia, ou seja, a recompensa de um serviço, que neste caso era um pão, que depois podia ser vendido ou não.

Contou-me ainda sobre uma dessas forneiras em particular, que por vezes, a pedido, "desnocava" um quarto de pão para dar a crianças com fome.

Regras simples da vida em comunidade, em terras outrora muito mais populosas.

(a foto foi retirada da net)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Sobre as Comidas d'Azeite 2013


Gosto quando as coisas correm bem.
Gosto de salas cheias, de ver as pessoas com sorriso na cara.
Gosto de barulho, de confusão, de comer bem
Ontem no Porto da Espada foi assim.
Bom tempo, boa organização, boa animação e boa companhia.
Saí antes de acabar imensamente satisfeita e nem fiquei para a sobremesa.
Eu sabia que ia ser assim, com a organização da Associação Portus Gladii e o serviço do Restaurante Serrinha só podia. Vi a Adelaide com a sua equipa, empenhados a dar o seu melhor, vi a Sara Isidoro, apressada, de bandeja cheia na mão, a servir as iguarias preparadas pela mãe, e tenho orgulho de pertencer a esta comunidade onde há mulheres e homens que dão o seu trabalho para fazer acontecer.
O azeite é o ouro do Alentejo e há que celebrá-lo. Nos restaurantes de Marvão podem fazê-lo nos próximos 15 dias. Aproveitem!


Nota: A foto foi roubada ao Fernando Gomes

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

115º aniversário da Restauração do Concelho de Marvão (e 10 de Casa da Cultura...)


Faz hoje 10 anos e eu estava tão nervosa Já desde Setembro do ano anterior que estava permanentemente em Marvão, depois de um estágio no Arquivo de Portalegre, a preparar a abertura desta casa que sempre chamarei minha.
A Dra. Madalena, o António, a Catarina, os colegas do Museu e do Turismo entre outros, facilitaram-me esta adaptação e este começo cheio de responsabilidade... e o dia correu bem. A casa esteve cheia e eu nunca me atrapalhei.

Há dez anos atrás, de surpresa, tive que fazer uma mini visita guiada ao Sr. Ministro Marques Mendes, que no entanto correu bem, até porque ele está praticamente ao meu nível (falo de altura, claro...)
Há dez anos atrás vi e ouvi pela primeira vez ao vivo, um dos meus poetas preferidos, Manuel Alegre, e apesar do seu ar sisudo e antipático bebi-lhe cada palavra na certeza de estar perante um grande homem.
Há dez anos atrás deu-se um passo em frente na candidatura, que por essa data, ainda parecia um sonho alcançável. Nesse dia, também, Marvão ganhou um livro cheio de palavras e olhares.
 

Faz hoje 10 anos e tudo mudou. Eu continuo aqui mesmo ao lado, mas tudo mudou.
E aceitá-lo faz parte, embora me custe engolir o facto de tudo ter mudado. No Dia da Criança é o mesmo....
Porque eu não acredito que haja quem se lembre deste dia do mesmo modo que eu me lembro.*
Porque aquilo que é nosso é para sempre.

Parabéns a Marvão pelo 115º aniversário da Restauração do seu concelho!

*(no site da Câmara, no dia de hoje, não se faz notícia deste dia nem da sua comemoração...)

Compota de Maça Bravo de Esmolfe

Seguimos com a nossa colecção de compotas para apresentar mais uma novidade da Mercearia de Marvão. Se a de castanha é um dos nossos best seller, a compota de Maça Bravo de Esmolfe tem todas as condições para não ficar atrás.
Feita com as aromáticas maças Bravo de Esmolfe da Serra de São Mamede, tem um sabor inconfundível e muito apreciado.
Disponível na Mercearia ou por correio (mercearia@innmarvao.com)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Ser poliglota ou não ser, eis a questão

Hoje aconteceu. Um casal de franceses, uma senhora inglesa e um outro casal de espanhóis.
Procuravam pão, procuravam um restaurante, procuravam os correios
Cada um deles, dirigiu-se a mim na respectiva língua materna. A cada um deles eu respondi em francês, inglês e espanhol.
Causa-me incómodo, confesso. Eu estou atrás de um balcão e preciso vender, tenho que ser simpática  e prestável mesmo quando não me apetece ou a quem não me dirige sequer, um bom dia.
É suposto. É do meu interesse. Quando é da porta da mercearia para fora já é outra conversa, aí sou eu e não a comerciante.

Mas cada vez que isto acontece fico a pensar no assunto. Porque nós portugueses temos uma tendência inata para nos adaptarmos aos outros, quase numa submissão natural.
Não houve uma vez sequer em que eu, num país estrangeiro, me tenha dirigido em português a quem quer que seja. Mas o contrário acontece muito, principalmente no que toca aos franceses e aos espanhois. Não querem? Não tentam? Não sabem? Ou estas todas juntas...
Não são o português e o espanhol línguas tão idênticas e com tanto em comum, tão perceptíveis a ambos os naturais?
Se eu consigo fazer o esforço, porque não fazem eles?
Está bem que as línguas nomeadas são universais, são as mais comuns. Mas quer dizer, não será, também, uma questão de cortesia?

Como em tudo, não há duas situações idênticas, e por isso mesmo a minha reacção vai variando. Enquanto forem franceses, ingleses e espanhois a fazê-lo, ainda vá, quando me aparecerem vietnamitas, islandeses ou quenianos aí piora...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A visita do Maestro



A Alexandra e o Zé Manel já me tinham falado muito nele e na família. Chamam-lhe o Mister.
Tenho certeza que já tinha estado aqui na Mercearia, mas ontem o facto de se ter cruzado aqui com o Jorge, ao ouvi-los conversar permitiu-me fazer então a ligação definitiva entre o nome (Christoph Poppen) e a cara.
Um germânico a sério no porte, um inglês perfeito na fala e uma simpatia bem portuguesa
Um maestro.
Um maestro que se apaixonou por Marvão, que aqui tem casa, que aqui traz os filhos e os amigos.
E quando digo Maestro é de uma orquestra de nome mundial, com dezenas de músicos, com tournées pelo mundo inteiro.
Como não ficar de boca aberta!
Que privilégio, meu deus, para esta terra, receber alguém assim.

E disse-lhe:
Please bring your orchestra up here, please do!
Can you imagine? In the castle, a concert on a summer night.
It would be magical
Please do, we do not have nothing here!*

E ele abriu o sorriso. Disse que sim, que é esse o plano, que quer um Festival, que já procurou no castelo a localização ideal, que se está a esforçar por encontrar os meios necessários.

- Please dream it. If you dream it long enough...
-It will happen - respondeu ele

Deixo-vos com Tchaikovsky, Deixo-vos com o Maestro.
Para que sonhem também!


* E quando digo nada falo a sério, basta dizer que um dos objectivos culturais do Sr. Vereador do pelouro em Marvão, no ano passado, foi trazer numa das festas um programa de televisão carregadinho de cantores pimba...não conseguiu, vá lá