Os pormenores pertencem a quem de direito e o processo ainda
está em curso pois envolve as autoridades, mas resumindo, não passa de um mau
entendido! Uma daquelas histórias que parece de filme pelo caricato que
significa e que confiando no bom senso de todos, se há-de com toda a certeza
resolver.
Mas ele há os
episódios insólitos e os episódios insólitos que acontecem em contexto de
aldeia. E isso, senhores, faz toda a diferença. Porque quando se escolhe viver
numa aldeia escolhe-se viver em comunidade, com todo o mau e o bom que isso
acarreta.
Por mais que uma pessoa tente viver para si, na aldeia, não
se consegue. Por uma razão ou por outra, tarde ou cedo, acaba por ser vítima de
boatos e falatórios. Ele é porque é de fora, porque se veste de forma diferente,
porque os filhos levam sandálias para a escola enquanto os outros usam ténis,
porque não vai à missa, porque sai cedo de casa ou entra tarde, porque deixa
crescer ervas daninhas no quintal ou porque comeu demasiados doces no natal e engordou.
Agora imaginem: Uma cachopa nova que veio de fora com a
família para iniciar um negócio novo! Que se veste de forma descontraída porque
passa os dias metida numa obra e isso o exige. Imaginem que esta cachopa tem
queda para se meter em “filmes” insólitos e por uma imprudência se vê “apanhada”
pelos guardas enquanto come um gelado descansadamente com o filho ali para os
lados da Portagem….isso……é um prato…é tudo o que as dondocas que frequentam as
mesas do café precisam para começar o chorrilho de mentiras, mal discência e
muita, muita mesquinhez. Carradinhas de mesquinhez.
É que eu tenho muito mais medo das más línguas da aldeia do
que tenho dos senhores guardas. Muito mais! (até porque quanto aos guardas até
casei com um). É que nas aldeias se concentram muitas pessoas que não entendem
que o mundo é muito maior do que o morro de Marvão, que a vida é muito mais
complexa do que contam o Goucha e a Cristina nas manhãs da TVI e que a forma
como a vizinha estende a roupa no estendal, só por ser diferente da sua, não é
assim tão grave.
É nesses momentos que cai em nós que há mesmo pessoas más,
com mau fundo, com rancor no coração e principalmente na língua. Destas, só
pena, muita pena, porque tarde ou cedo, sofrerão em dobro aquilo que fazem os
outros.
O problema é ter que
enfrentar essas pessoas todos os dias nos cafés, na mercearia, ou quando se
levam os filhos à escola. Porque é assim a vida na aldeia, vivida em
comunidade. É ter que as encontrar nas festas
e ter que cumprimentar, ou quando as coisas já estão irremediavelmente
azedas, ignorar, com a altivez de quem tem a verdade do seu lado.
É ser maior do que a mesquinhez das más línguas da aldeia. É
difícil, tão difícil…
É continuar a nossa vida e assobiar para o lado! cabeça erguida! Porque lá porque nasceram na "Aldeia" não são mais que nós (o que vieram de fora e escolheram esta ou aquela terra para viver!)
ResponderEliminarOs juizos de valor e os "julgamentos" em praça pública assim como as sentenças, que na maioria das vezes, são de condenação, feitos por quem nada sabe, irritam-me profundamente.
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