segunda-feira, 9 de setembro de 2013
A casa, que é deles
Hoje de manhã conversava com uns clientes simpáticos que estranhavam o facto de a nossa família ter tomado a opção de viver em Marvão, apesar das dificuldades, da desertificação , da falta de serviços e de emprego. Diziam-me que era arriscado, só por si mesmo, hoje em dia, pôr três filhos no mundo, quanto mais numa terra sem hospital, ou escola, ou farmácia todos os dias...
Expliquei-lhes que tinham razão mas que na balança para mim pesavam mais, muitas outras coisas. Umas palpáveis, outras nem por isso. Que qualidade de vida, para mim, rima com esta vila no topo de uma montanha.
Hoje que o N. regressou ao trabalho e me pesam nos ombros (e nas pernas) as dificuldades de gerir este edifício sozinha, pois as escadas são muitas e a barriga cada vez mais pesada...estas palavras soam baixinho, e penso nelas e no seu sentido.
Todos temos dúvidas, tantas e tantas vezes...
Mas reparei nesta foto que o N. tirou ontem antes da procissão passar. Esta casa que há dois anos era uma ruína e que se tornou num sonho. São dois anos e parece uma vida...
Reparo nestes meninos loiros de sorriso rasgado, sentados no degrau desta casa, desta loja. Crescem aqui, criam as suas memórias aqui. Esta casa é deles e fez-se assim bonita, por eles.
E sigo assim mesmo, com dúvidas, por vezes muito cansada, mas sempre cheia de esperança!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
É nos crentes que está a salvação do mundo :-)
ResponderEliminarPena é que quem decide, devia ter como nome próprio Narciso.
Que sejam muito felizes e tenham esperança.
ResponderEliminarA tua simpatia vai da mão da tua humildade que te ensina valorar as coisas simples, as pequenas alegrias do dia a dia , o afecto dos teus , fora de uma busca de bens materiais e supostos atractivos donde se procuram coisas cada vez mais estranhas.
ResponderEliminarÉ uma pessoa aberta, disposta a aprender que se surpreende com aquilo que aportam os outros, porque te liberaste da barreira do orgulho e é capaz de desfrutar e valorar a verdadeira riqueza do mundo
Abraços aos meninos e ao N.