Ralharam comigo porque tinha a porta fechada. Tinha ido lá a cima à Estalagem trocar a roupa nas máquinas e demorei-me mais da conta, afinal eles tinham vindo desde o Vale de Ródão até Marvão, só para vir à Mercearia.
Queriam uma pilha para o relógio da mesa de cabeceira.
Só posso vender as quatro, disse eu, que o pacote é assim.
- Oh homem, tira lá a navalha que mesmo agora experimentamos.
O relógio era antigo, não tinha ponteiro dos segundos, pelo que mudada a pilha, nada aconteceu.
- Agora temos que esperar, que passem os minutos, e assim se comprova, que já está bom a dar as horas.
Esperámos os minutos que o relógio quis dar, perguntaram-me se o meu marido já tinha chegado a sargento, e pelo meu cunhado de quem são muito amigos.
Esperámos e conversámos porque o tempo é nosso, o tempo somos nós que o fazemos e aqui temos tempo.
E entretanto o relógio avançou.
Adeus e obrigada, até outro dia.
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