Para as castanhas serem secas, o lume tinha que ser constante, e esse trabalho demorava muito tempo. Depois, para as descascar, usava-se uma canastra grande, que tinha a altura da cintura de um homem, estreita em cima e mais larga em baixo. Primeiro deitava-se para dentro a castanha e depois entrava também o homem para dentro do cesto.
A castanha era então pisada para descascar, à moda do vinho mas com uma dança diferente. Enquanto nas uvas se levanta o joelho como que a andar, para descascar a castanha os pés vão-se arrastando para os lados, como que numa dança, bastante cansativa para o trabalhador.
Quem assistia a este trabalho pedia então a castanha "Avelada", mais macia e muitíssimo saborosa.
Hoje em dia a castanha seca-se ao sol e é descascada em máquinas. O resultado não pode ser o mesmo. É como secas os enchidos no fumeiro da chaminé ou em câmaras industriais.
O sabor é o mesmo? Não pode!
(conversa tida com o Sr. Luís, uma manhã, na Mercearia, falando do Sr. João Passarito, e se este teria um secadeiro na sua propriedade dos Marvõezinhos)