terça-feira, 28 de julho de 2015

Bem visto

- Ai agora o papel higiénico é perfumado?
- Sim, esse é, mas há também do normal, quer que troque?
- Ai menina, não vale a pena, isso serve tudo para o mesmo...

(quando há vontade, todos nos entendemos :))

"Holla. I have a question: La posta, quando es abierta?"
(eu sorri, esta turista para fazer uma pergunta falou em três línguas. Eu respondi em português)
- Abre às duas

domingo, 26 de julho de 2015

A música regressou à Ammaia no segundo dia do Festival



Foi opção minha logo quando os bilhetes foram postos à venda e não me arrependi nada.
Troquei a gala inaugural do Festival de Música pelo primeiro dos concertos da Ammaia (Estágio Gulbenkian com a maestrina Joana Carneiro)
A presença do Aníbal, da Maria e da sua selecta gorilada (isto entre seguranças propriamente ditos e demais pápa croquetes) anunciados apenas um par de dias antes, só veio confirmar o que já tinha inicialmente previsto. As galas inaugurais são mais show off do que música propriamente dita. E sim, fiquei contente com o prestigio que a presença do Presidente da República significou para o evento, pena é tudo o resto que o acompanha.
Hoje, nem a má educação e a boçalidade dos chefinhos locais, que em vez de servirem de anfitriões chegaram atrasados,quando a música já soava, me entristeceu. Gente poucachinha não sabe que não se pode chegar tarde a concertos desta categoria, muito menos incomodar com movimentações quem já está sentado. Adiante…
Para além disso, eu conheço bem Marvão, sei que as noites no castelo, mesmo no Verão, são agrestes. Chega a uma hora em que os deuses sopram ventos frios que levam tudo pela frente.
Já na Aramenha, o verão é morno de dia e de noite, e eu lembro-me bem, de há uns anos atrás, que quando há música na Ammaia, as cigarras cantam em festa, as estrelas brilham serenas no céu, e Marvão fica lá ao longe, no alto, como um barco a bolinar.
Ammaia dos Romanos com música clássica. Casa cheia, bonita de gente e uma imensidão de jovens e talentosos músicos em palco. E ela, a maestrina (só o nome é bonito), franzina mas tão imensa, tão segura de si.
Ouviu-se Kodaly e Mahler. Eu só sei que os olhos se me encheram de lágrimas logo quando tudo começou e depois mais ao fim, quando a harpa acalmou tudo o resto, apaziguando a alma.
Na fila atrás da minha, o Maestro, a mulher e a filha também assistiam. Agora lembro-me da primeira vez que escrevi sobre ele, e como mais de dois anos depois, tudo cresceu de forma tão bonita, e hoje a música e a cultura enchem novamente Marvão
Ainda só estamos no segundo dia do Festival, e eu já me sinto tão feliz.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Lagar Museu Melara Picado Nunes - Galegos, Marvão



Foi este o lagar que visitei na passada quarta feira com os meus filhos. 
Já o conhecia. Num dia frio de Janeiro, há vários anos, fui lá fazer um trabalho com o avô do António, actual proprietário. O lagar estava a funcionar mas ao Sr. António já lhe faltavam as forças
- Vamos a ver se o meu neto quer depois pegar nisto
O neto António já perdeu o avô e a avó espanhola, que tinha uma loja de atoalhados/mercearia/venda de café mesmo em frente ao lagar. Duas pessoas importantes nesta comunidade de fronteira cujo legado, o António assumiu.
Nos dias que correm, mais importante de que montar um serviço, é também mostrar que se sabe fazer, que se produz algo. O Azeite Castelo de Marvão é o azeite que o António herdou e agora partilha com todos.
Uma excelente forma para quem nos visita, de conhecer uma das artes mais antigas do Alentejo, a dos lagareiros, e um dos nossos produtos mais nobres, o nosso ouro.
Um museu onde se trabalha, uma marca moderna
Vale a pena a visita, palavra de merceeira smile emoticon
http://mpn.pt/