Em semana de novidades cá fica mais uma:
Andavam na minha cabeça há meses. Mas como os últimos meses foram muitíssimo atribulados tiveram tempo de amadurecer, até que me decidi colocar a ideia no papel* e mostra-la à Maria Joaquim.
Ela disse que sim, que se podiam fazer. Têm o mesmo formato anafado das Gorduchas de Marvão e vêem celebrar uma das mais bonitas expressões da cultura alentejana: o cante.
Têm versão masculina e feminina. Elas de florinha ao peito e eles de lenço ao pescoço.
Não são simpáticos? Eu estou apaixonada por estes bonacheirões de chapelinho e já comprovei que ficam um mimo na prateleira da Mercearia
Os compadres são mais uma peça exclusiva que a ceramista marvanense Maria Joaquim realiza para a Mercearia de Marvão. Como todas as outras, tenho muito orgulho nesta parceria com a minha vizinha :)
* e fiz também o "boneco" por um segundo motivo. Quando lancei as gorduchas fui injustamente acusada de copiar umas outras bonecas. Como se não existissem milhares de figuras de camponesas por este país fora...Quem não deve não teme e não tenho qualquer problema com isso, mas agora desenhei-as. Se acharem novamente que é cópia, tenho muita pena, mas estes compadres são tão da minha cabeça como as gorduchas.
Sabe quem me conhece (e quem conhece minimamente a Mercearia) que imaginação e ideias é coisa que nunca me faltou, já a paciência....
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
O futuro
No outro dia disse um cliente:
- Nunca mais vem o bom tempo, para vermos passar os seus meninos aqui junto ao poial...
(se os mais velhos sabem e sentem aquilo que é realmente importante, se
os mais novos sabem e sentem aquilo que é realmente importante, como é
que os políticos não?)
Marvão:com 22 anos de existência dirigente da Maruan teme pelo futuro da instituição
Irene
Garraio, à frente dos comandos da Maruan, há cerca de dois anos, disse
que “há cada vez menos jovens em Marvão”, e teme que a Associação não
tenha continuidade quando a atual direção terminar.
A
dirigente, que falava à Rádio Portalegre, no âmbito do 22º aniversário
da Maruan, revelou ainda que um dos principais problemas da associação é
existir poucos sócios para realizar as iniciativas a que se propõem ao
longo do ano no âmbito do plano de atividades.
A
Associação de Jovens do concelho de Marvão-Maruan comemora os 22 anos
de existência, sábado, com um jantar e um concerto no “Café Lounge” no
Castelo daquela vila histórica.
A Associação de Jovens do concelho de Marvão-Maruan nasceu a 12 de fevereiro de 1992.
Susana Mourato (Rádio Portalegre)
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
"Mas
no século XXI, ao contrário do que acontecia no pré-pronto-a-vestir, o
que vestimos reflecte aquilo que somos. O que vestimos, o que comemos, o
que compramos. Porque comprar, mesmo que poucas pessoas o façam
pensando nisso, é um acto político. Onde compramos o pão e que pão
compramos, onde compramos uns sapatos e que sapatos compramos? Em quem
decidimos diariamente investir, apostar, seja com
€1 ou €100. Queremos que a padaria de bairro sobreviva, é lá que vamos
comprar o pão. Queremos apoiar os produtores portugueses? É não comprar
sem olhar para a origem dos produtos. Umas calças a €10? Quanta gente
explorada está por trás desse preço? Todos os dias são dia de eleições, o
que há é pouca gente a dar por isso. "
Rosa Pomar
Rosa Pomar
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Ah, é tão caro
De vez em quando, não é todos os dias nem sequer todas as semanas, mas de vez em quando lá surge a frase, qual fatalidade:
- Ah, é tão caro.
Não querendo generalizar, e falando apenas da experiência que tenho nesta loja, quase sempre vem de grupos de senhoras mais velhas que viajam em excursão:
- Ah, isso é caro.
Pois é. E que dizer...se calhar nada, é ouvir e calar.Porque de facto é.
Para dar um exemplo de um pacote de bolachas artesanais, são obviamente mais caras aqui do que num qualquer supermercado (onde nem há bolachas artesanais, por isso é duplamente injusta a comparação)
Porque eu compro pequenas quantidades, não tenho poder para negociar com o produtor por isso mesmo. Pago aquilo que o produtor define como justo.
Fica mal a quem diz. Penso eu. Mesmo que o pense, porque obviamente já me aconteceu também a mim, fica mal essa frase em alto.
Houve uma vez que uma senhora me pediu um desconto na compra de um iman. E eu disse que em um iman era impossível fazer desconto. E comenta ela para a amiga:
- Ah, vejam só, é por causa disto que este país está como está. Preferem não vender do que fazer um desconto...
Um iman! Volto a dizer...
Eh pá, pronto, e ficámos assim, é ouvir e calar porque não há argumentos possíveis.
Fico a pensar para comigo, para apaziguar o incómodo: Eu tenho uma mercearia, não tenho um supermercado. É minha (e do banco vá) e não de um qualquer barão das vendas de retalho, Não sou responsável pela ruína de nenhum produtor, muito pelo contrário. Eu tenho uma loja linda que não é igual em mais lado nenhum. E fica em Marvão e não numa qualquer zona industrial.
Ai, ai...
- Ah, é tão caro.
Não querendo generalizar, e falando apenas da experiência que tenho nesta loja, quase sempre vem de grupos de senhoras mais velhas que viajam em excursão:
- Ah, isso é caro.
Pois é. E que dizer...se calhar nada, é ouvir e calar.Porque de facto é.
Para dar um exemplo de um pacote de bolachas artesanais, são obviamente mais caras aqui do que num qualquer supermercado (onde nem há bolachas artesanais, por isso é duplamente injusta a comparação)
Porque eu compro pequenas quantidades, não tenho poder para negociar com o produtor por isso mesmo. Pago aquilo que o produtor define como justo.
Fica mal a quem diz. Penso eu. Mesmo que o pense, porque obviamente já me aconteceu também a mim, fica mal essa frase em alto.
Houve uma vez que uma senhora me pediu um desconto na compra de um iman. E eu disse que em um iman era impossível fazer desconto. E comenta ela para a amiga:
- Ah, vejam só, é por causa disto que este país está como está. Preferem não vender do que fazer um desconto...
Um iman! Volto a dizer...
Eh pá, pronto, e ficámos assim, é ouvir e calar porque não há argumentos possíveis.
Fico a pensar para comigo, para apaziguar o incómodo: Eu tenho uma mercearia, não tenho um supermercado. É minha (e do banco vá) e não de um qualquer barão das vendas de retalho, Não sou responsável pela ruína de nenhum produtor, muito pelo contrário. Eu tenho uma loja linda que não é igual em mais lado nenhum. E fica em Marvão e não numa qualquer zona industrial.
Ai, ai...
Subscrever:
Mensagens (Atom)