quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

115º aniversário da Restauração do Concelho de Marvão (e 10 de Casa da Cultura...)


Faz hoje 10 anos e eu estava tão nervosa Já desde Setembro do ano anterior que estava permanentemente em Marvão, depois de um estágio no Arquivo de Portalegre, a preparar a abertura desta casa que sempre chamarei minha.
A Dra. Madalena, o António, a Catarina, os colegas do Museu e do Turismo entre outros, facilitaram-me esta adaptação e este começo cheio de responsabilidade... e o dia correu bem. A casa esteve cheia e eu nunca me atrapalhei.

Há dez anos atrás, de surpresa, tive que fazer uma mini visita guiada ao Sr. Ministro Marques Mendes, que no entanto correu bem, até porque ele está praticamente ao meu nível (falo de altura, claro...)
Há dez anos atrás vi e ouvi pela primeira vez ao vivo, um dos meus poetas preferidos, Manuel Alegre, e apesar do seu ar sisudo e antipático bebi-lhe cada palavra na certeza de estar perante um grande homem.
Há dez anos atrás deu-se um passo em frente na candidatura, que por essa data, ainda parecia um sonho alcançável. Nesse dia, também, Marvão ganhou um livro cheio de palavras e olhares.
 

Faz hoje 10 anos e tudo mudou. Eu continuo aqui mesmo ao lado, mas tudo mudou.
E aceitá-lo faz parte, embora me custe engolir o facto de tudo ter mudado. No Dia da Criança é o mesmo....
Porque eu não acredito que haja quem se lembre deste dia do mesmo modo que eu me lembro.*
Porque aquilo que é nosso é para sempre.

Parabéns a Marvão pelo 115º aniversário da Restauração do seu concelho!

*(no site da Câmara, no dia de hoje, não se faz notícia deste dia nem da sua comemoração...)

Compota de Maça Bravo de Esmolfe

Seguimos com a nossa colecção de compotas para apresentar mais uma novidade da Mercearia de Marvão. Se a de castanha é um dos nossos best seller, a compota de Maça Bravo de Esmolfe tem todas as condições para não ficar atrás.
Feita com as aromáticas maças Bravo de Esmolfe da Serra de São Mamede, tem um sabor inconfundível e muito apreciado.
Disponível na Mercearia ou por correio (mercearia@innmarvao.com)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Ser poliglota ou não ser, eis a questão

Hoje aconteceu. Um casal de franceses, uma senhora inglesa e um outro casal de espanhóis.
Procuravam pão, procuravam um restaurante, procuravam os correios
Cada um deles, dirigiu-se a mim na respectiva língua materna. A cada um deles eu respondi em francês, inglês e espanhol.
Causa-me incómodo, confesso. Eu estou atrás de um balcão e preciso vender, tenho que ser simpática  e prestável mesmo quando não me apetece ou a quem não me dirige sequer, um bom dia.
É suposto. É do meu interesse. Quando é da porta da mercearia para fora já é outra conversa, aí sou eu e não a comerciante.

Mas cada vez que isto acontece fico a pensar no assunto. Porque nós portugueses temos uma tendência inata para nos adaptarmos aos outros, quase numa submissão natural.
Não houve uma vez sequer em que eu, num país estrangeiro, me tenha dirigido em português a quem quer que seja. Mas o contrário acontece muito, principalmente no que toca aos franceses e aos espanhois. Não querem? Não tentam? Não sabem? Ou estas todas juntas...
Não são o português e o espanhol línguas tão idênticas e com tanto em comum, tão perceptíveis a ambos os naturais?
Se eu consigo fazer o esforço, porque não fazem eles?
Está bem que as línguas nomeadas são universais, são as mais comuns. Mas quer dizer, não será, também, uma questão de cortesia?

Como em tudo, não há duas situações idênticas, e por isso mesmo a minha reacção vai variando. Enquanto forem franceses, ingleses e espanhois a fazê-lo, ainda vá, quando me aparecerem vietnamitas, islandeses ou quenianos aí piora...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A visita do Maestro



A Alexandra e o Zé Manel já me tinham falado muito nele e na família. Chamam-lhe o Mister.
Tenho certeza que já tinha estado aqui na Mercearia, mas ontem o facto de se ter cruzado aqui com o Jorge, ao ouvi-los conversar permitiu-me fazer então a ligação definitiva entre o nome (Christoph Poppen) e a cara.
Um germânico a sério no porte, um inglês perfeito na fala e uma simpatia bem portuguesa
Um maestro.
Um maestro que se apaixonou por Marvão, que aqui tem casa, que aqui traz os filhos e os amigos.
E quando digo Maestro é de uma orquestra de nome mundial, com dezenas de músicos, com tournées pelo mundo inteiro.
Como não ficar de boca aberta!
Que privilégio, meu deus, para esta terra, receber alguém assim.

E disse-lhe:
Please bring your orchestra up here, please do!
Can you imagine? In the castle, a concert on a summer night.
It would be magical
Please do, we do not have nothing here!*

E ele abriu o sorriso. Disse que sim, que é esse o plano, que quer um Festival, que já procurou no castelo a localização ideal, que se está a esforçar por encontrar os meios necessários.

- Please dream it. If you dream it long enough...
-It will happen - respondeu ele

Deixo-vos com Tchaikovsky, Deixo-vos com o Maestro.
Para que sonhem também!


* E quando digo nada falo a sério, basta dizer que um dos objectivos culturais do Sr. Vereador do pelouro em Marvão, no ano passado, foi trazer numa das festas um programa de televisão carregadinho de cantores pimba...não conseguiu, vá lá